No dia 17/05, eu, o João e o Luis Claudio embarcamos em POA com destino à Cidade do México. Nosso voo saiu as 6:40 da manhã, e era impressionante a quantidade de surfistas e pranchas que embarcaram neste mesmo voo. Deviam ter uns 40 surfistas, cada um indo para um canto, Peru, El Salvador, Costa Rica, e também mais três camaradas que tinham o mesmo destino da gente, surfar as ondas de Salina Cruz, Barra De la Cruz e Puerto Escondido.



Fizemos uma rápida conexão em Lima no Peru, só deu tempo de sair de uma aeronave e embarcar na próxima, até a Cidade do México. Chegamos no aeroporto da capital mexicana quase as 5 da tarde (fuso de 2 horas a menos em relação ao Brasil) e, depois de passar dos trâmites de imigração, fomos “resgatados” pelo pessoal da agência Wayak, que faria o nosso traslado até o hostel.






A Cidade do México é considerada a maior cidade do mundo em extensão e é uma das mais populosas do planeta. Estima-se que sejam mais de 17 milhões de habitantes. Vendo-a das alturas no avião, parece que ela não tem fim. É uma cidade que cresceu muito mais para os lados do que para cima. A Cidade do México está localizada no vale no México no centro-sul do país e foi fundada pelos Astecas. Era chamada de Tenochtitlán, e correspondeu ao centro do Império Azteca (ou Méxica). Nessa época, a cidade era uma ilha no meio do lago Texcoco. Com mais de 250 mil habitantes, a cidade já figurava entre as maiores do mundo.
Un poquito de história…
O Império Azteca, também chamado de Méxica, foi o último grande império da Mesoamérica. Os aztecas estabeleceram-se no Vale do México e, por volta de 1325, eles foram aconselhados por seu deus, Huitzilopochtli, a se fixar no local onde encontrassem uma águia pousada num cacto devorando uma cobra. Esta imagem, reproduzida na bandeira do México, foi vista em uma ilha do lago Texcoco, que se tornou, então, a cidade de Tenochtitlán (hoje a Cidade do México).
A partir de sua capital, os aztecas vieram a controlar um grande império, que incluía quase todo o centro e sul do México. Foram guerreiros famosos, com uma organização militar muito desenvolvida.
O lago de Texcoco era um antigo lago salgado situado no vale do México, a mais de dois mil metros de altitude. Tratava-se de um lago fechado sem qualquer curso de água emissário e formava, juntamente com os lagos de Xochimilco, Chalco, Xaltocan e Zumpango, uma bacia com cerca de 2 000 km² de superfície. O lago Texcoco foi seco, de forma a resolver o problema das frequentes inundações dos povoados limítrofes. Hoje não resta do antigo lago nada mais que algumas áreas de pântano salgado com alguns km². O fato da Cidade do Mexico ter sido construída sobre este antigo grande lago vem fazendo que a cidade esteja afundando pouco a pouco a cada ano. Pesquisadores apontam para uma taxa média anual de afundamento de sete centímetros. Em algumas regiões, esse índice chega a 40 centímetros por ano. É engraçado perceber ao caminhar pela cidade algumas ruas onduladas e construções completamente tortas, em função deste afundamento.
O Império Azteca reinou absoluto por quase 100 anos, quando em 1519 , Hermán Cortés, o conquistador espanhol, chegou a Tenochtitlán, e conseguiu derrotar este poderoso império. Os espanhóis contaram com a ajuda de diversos outros povos que habitavam o México na época. Estes povos se uniram aos espanhóis para derrotar os aztecas porque eles eram controlados e tinham que pagar impostos ao Império Azteca. Na prática, o que acabou ocorrendo, foi que após a conquista, estes povos tiveram que continuar pagando os impostos, desta vez aos espanhóis.
Chegamos no nosso hostel cerca de 18:30 da tarde. O Hostel Catedral está situado no centro histórico da Cidade do México, ao lado da praça principal, chamada Zócalo ou Plaza de la Constitución. Após nos instalarmos, saímos para dar um rolê no Centro Histórico, iniciando o passeio pelas imediações do Zócalo.





O Zócalo é a quarta maior praça do mundo e o centro da identidade nacional do México, ficando somente atrás, em dimensão, da Praça Tiananmen em Pequim (China), a Macropraça de Monterrey (México) e a Praça Vermelha em Moscou (Rússia). A praça está localizada no coração do centro do Centro Histórico da cidade, localização esta que foi escolhida pelos conquistadores por ser antigamente o centro político e religioso de Tenochtitlan, capital do império Asteca. Depois da conquista, os espanhóis aproveitaram o traçado e construíram no entorno edificações como o palácio do Vice-Rei, atual Palácio Nacional. Ao redor desta praça, encontra-se a Catedral Metropolitana e o Palácio Nacional, bem como o Templo Mayor, uma zona arqueológica com as ruínas de um templo asteca da época de Tenochtitlán.


Catedral Metropolitana foi construída no local onde estava situado o Templo Mayor de Tenochtitlan. A obra foi iniciada em 1572 e uniu ao estilo barroco alguns toques neoclássicos. As naves e capelas, os retábulos e as obras sacras são de visitação obrigatória para o turista que vai ao México. Com o passar dos séculos, as fundações começaram a ceder e a catedral passa por uma cuidadosa obra de engenharia para garantir os seus pilares.






O Palácio Nacional é a sede da presidência da República do México. Sua construção foi iniciada em 1522, sobre uma parte do que foi o palácio de Montezuma do império azteca, para ser a residência do conquistador espanhol Hernán Cortés. Entre 1929 e 1951, o pintor Diego Rivera trabalhou em cinco murais no interior do palácio, narrando através dos seus desenhos provocativos, toda a história do país, dos tempos dos astecas, passando pela colonização e Revolução mexicana.



O Templo Mayor foi um dos principais templos aztecas de Tenotchitlan, a antiga capital, construído em forma de pirâmide em meados do século 14. Era dedicado a dois deuses, um da guerra e outro da chuva e da arquitetura. Para cada um deles foi erguido um santuário no topo da pirâmide. O templo foi destruído pelos espanhóis em 1521 e o que se pode ver agora é resultado das escavações dos arqueólogos, parte exposta a céu aberta, parte no museu do Templo Mayor.



Após apreciarmos o entorno do Zócalo, seguimos caminhando pela Calle Madero, que é uma rua apenas de pedestres, contemplando as fachadas coloniais das construções desta zona. Passamos pelo bonito Palácio de Iturbide e mais adiante pela famosa Casa dos Azulejos, um palácio construído para o Conde de Orizaba que a mandou cobrir de azulejos oriundos de Puebla. Seguindo em frente, logo chegamos ao Palácio de Belas Artes, onde aproveitamos para fazer uma visitação.





O Palácio de Belas Artes é o principal teatro de ópera da Cidade do México e tem uma linda arquitetura ao estilo “parisiense”. A edificação foi iniciada em 1904 e ali se pretendia instalar um teatro com a pompa da Ópera de Paris. A revolução mexicana, em 1910, atrasou o projeto, e o prédio, do qual se concluíra apenas a parte externa, só foi terminado muitos anos mais tarde. Na parte interna há murais dos mais destacados artistas mexicanos, como Diego Rivera e José Clemente Orozco. O prédio serve hoje para exposições e espetáculos de ópera, balé e concertos musicais.






Logo a frente, esta a Torre Latino Americana, que é o principal ponto panorâmico da Cidade do México. Foi o primeiro arranha-céus do México e durante vários anos foi considerado o arranha-céus mais alto do México e da América Latina. A sua construção começou em 1949, sendo acabada 4 anos mais tarde. A Torre Latinoamericana tem 43 pisos de escritórios e uma antena de transmissão rádio e televisão. Subimos até o mirante no topo de torre e pudemos apreciar a Cidade do México do alto, já com a noite caindo.



Voltamos então para o nosso hostel, fizemos um rango no restaurante que fica no térreo do edifício e aproveitamos para degustar algumas cervejas mexicanas. Em seguida, fomos para o berço, pois o dia seguinte prometia ser bem movimentado.



Para o sábado (18/05), havíamos agendado um tour que tinha como objetivo principal conhecer as ruínas de Teotihuacan. Mas esta seria apenas a cereja do bolo.
Começamos o passeio visitando o maior sitio arqueológico da Cidade do México, chamado Tlatelolco.



Tlatelolco foi uma tribo mexicana que deu o nome à sua cidade asteca (do mesmo nome). Embora originalmente dispusesse de autonomia, foi posteriormente absorvida pela capital azteca, Tenochtitlan e então, passou a funcionar como mercado. Segundo o conquistador Bernal Díaz del Castillo, era maior que a cidade espanhola de Sevilha e maior que qualquer outra zona de mercado com que os espanhóis já se tinham cruzado durante a conquista do México – mesmo maior que Veneza e Constantinopla, com cerca de 20.000 a 40.000 mercadores. Quando as tropas espanholas comandadas por Hernán Cortés conquistaram a metrópole, os Tlatelolcos foram derrotados e dizimados pelos conquistadores. Aí morreram cerca de 40.000 homens, mulheres e crianças astecas.
Com a vitória sobre os astecas, os espanhóis usaram as pedras do Templo Tlatelolco para erguer a igreja de Santiago. As ruínas ficaram por séculos soterradas, até que foram redescobertas na década de 1960.












Anexa à zona arqueológica de Tlatelolco está situada a Praça das Três Culturas, a famosa praça onde ocorreu o massacre de Tlatelolco. A 2 de Outubro de 1968, dez dias depois do início dos Jogos Olímpicos da Cidade do México, assistiu-se nesta praça ao massacre de Tlatelolco, onde mais de 300 estudantes, que protestavam contra a ocupação militar da Universidade Nacional Autônoma do México, foram mortos pela polícia e exército, que abriram fogo contra a multidão, atingindo não só os manifestantes mas também pessoas que se encontravam no local por razões em nada relacionadas com a manifestação.

De lá fomos até a Basílica de Guadalupe, que é um conjunto de duas igrejas construídas no alto das colinas de Tepeyac, na região norte da cidade, próximo ao lugar onde a virgem teria aparecido no início do século 16 a um indígena mexicano chamado Juan Diego. Ele foi o primeiro indígena americano canonizado pela igreja.
A antiga basílica, que começou a ser construída em 1531 e finalizada somente em 1709, foi tombada como patrimônio da humanidade pela UNESCO e passou há pouco por um longo restauro. Ela estava afundando, mais acentuadamente em uma das laterais, fazendo com que as colunas começassem a ceder. Este afundamento foi estancado usando técnicas de engenharia para estabilizar a base da igreja, mas olhando-a de frente ou pela lateral, percebe-se que ela está completamente torta. O novo prédio foi construído na década de 1970 pelo mesmo arquiteto que projetou o famoso estádio Azteca e é considerado o segundo mais importante santuário dos católicos. A basílica chega a acomodar 40 mil pessoas e recebe anualmente milhões de peregrinos, principalmente em 12 de dezembro, dia dedicado à santa.

























Seguimos então, até uma casa típica mexicana, onde aprendemos o processo de produção do Pulque, uma bebida tradicional mexicana e que já era consumida na época dos Aztecas. Almoçamos ali mesmo, e comemos várias comidas típicas mexicanas.









Saindo dali, em poucos minutos chegamos as ruínas de Teotihuacan. Teotihuacán é uma das cidades mais impressionantes do mundo antigo, fundada por volta de 600 a.C . como uma aldeia e chegou a abrigar 125 mil habitantes em uma área de 20 km2. Seu nome Teotihuacán significa “local onde os homens se tornam deuses”. Erguida em um vale voltado para o norte da atual Cidade do México, Teotihuacán se destacou por volta de 200 a.C . e atingiu o ápice do poder de 400 a 500, quando unificou todo o vale e uma grande área além dele.





Localizado a 45 km da Cidade do México, o sítio arqueológico de Teotihuacán é cortado de norte a sul pela “Calzada de los Muertos”, avenida que se estende como um fio condutor da cidade, ligando a Pirâmide da Lua, ao norte, à Pirâmide do Sol, ao centro, e por fim ao Templo da Serpente Emplumada, ao sul.
Teotihuacán foi, em seu apogeu – entre 150 a.C a 450 d.C -, menor apenas que Roma. Suas pirâmides majestosas – do Sol e da Lua -, a grande avenida principal – Rua dos Mortos – e outros aspectos como o fato de construir residências definitivas de pedra para cidadãos comuns, por exemplo, são símbolos de seu desenvolvimento e superioridade. Diferentemente de Roma, Teotihuacán não deixou sinais de trabalho escravo e não fazia parte de nenhum império, o que reforça a crença de que seu povoado era multi-étnico, auto-suficiente e culturalmente alheio à guerras.













A Pirâmide do Sol é a terceira maior pirâmide do mundo. Com 65 metros de altura e 250 metros de largura em cada um dos quatro lados, ela é uma das maiores construções mexicanas pré-colombianas. Do alto, é possível contemplar todo o sítio arqueológico e também a cidade “moderna” de Teotihuacán. Tem dimensões similares a da Grande Pirâmide do Egito e sob a sua estrutura, foram descobertos câmaras e um túnel.
A subida até o topo exige um bom preparo físico, muito por conta dos 2.240 metros de altitude da região. O negócio é fazer uma pequena parada a cada patamar da pirâmide, tanto para descansar como para apreciar a vista, cada vez mais bonita na medida em que se avança rumo ao topo. Quanto mais alto, mais se compreende o plano arquitetônico da cidade.















Na Pirâmide da Lua tem-se uma vista ampla da cidade, com a “Calzada de los Muertos” perpendicular à construção. À frente da pirâmide há uma grande praça, rodeada por 13 pirâmides menores, que eram base de edifícios. Mesmo não se chegando ao topo da pirâmide de 42 metros – a passagem é proibida -, a vista é impressionante. Embora ela seja menor que a do Sol, esta pirâmide de quatro níveis tem a mesma altura graças ao nível do solo.







Ficamos cerca de 3 horas percorrendo as ruínas e tirando um milhão de fotos. Estavam no mesmo tour que a gente duas “vizinhas” nossas de São Leopoldo, a Mana e a Ana, mãe e filha, que acabaram sendo nossas parcerias no passeio e viraram também as nossas fotografas oficiais no tour.







Retornando de Teotihuacan, pedimos ao guia para descermos no Paseo de la Reforma, que é a mais bela e mais importante avenida da cidade. Esta avenida foi construída a mando do imperador Maximiliano para encurtar a distância que separava sua residência, o castelo de Chapultepec, do Palácio Nacional. O projeto foi baseado na Champs-Élysées de Paris. Posteriormente, a avenida foi recebendo arborização, construções e vários monumentos. Percorrendo o seu trajeto pudemos apreciar quatro importantes marcos da cidade: o monumento a Colón, em homenagem ao navegador Cristóvão Colombo, o monumento a Cuauhtémoc, o Ángel de la Independencia, e a fonte de Diana, a Caçadora. O Ángel de la Independencia, foi erguido em homenagem aos heróis da independência mexicana, e é o símbolo da Cidade do México. Consiste em uma estátua magistral de um anjo que abre suas asas no alto de uma imensa coluna. A base representa a paz, a lei, a Justiça e a guerra. No interior da base repousam os restos de alguns dos heróis da independência mexicana.





Seguimos caminhando pelo Paseo La Reforma até o Parque de Chapultepec, que é o principal centro cultural e de lazer da cidade e um dos mais bonitos parques do mundo. Conhecido também como Bosques de Chapultepec, tomou seu nome emprestado da colina onde está localizado o Castelo de Chapultepec. Porém, chegamos lá já eram passados alguns minutos das 6 da tarde, o parque já estava fechando e não permitiram o nosso ingresso. Prometemos retornar lá no final da trip.


Pegamos então o metro e retornamos de lá para o Zócalo. Tivemos que realizar uma troca de linha e os trens estavam lotadassos, pois era bem a hora do rush.






Jantamos e logo fomos dormir, pois estávamos quebrados dos passeios do dia, e na manhã seguinte iríamos cedo ao aeroporto para tomar nosso voo para Puerto Escondido.
Em breve enviaremos relatos sobre o surfe aqui no México. Chegamos hoje (19/05) em Puerto Escondido e já pegamos um mar em La Punta de Zicatela que não tenho palavras para descrever!!
Aquele abraço !
Muito bom!!!
Maaassa gurizada! Aproveitem a trip e peguem altas ondas!
Gracias hermano !!
boas ondas! abrasss
Valeuuuu !
Te felicito por las buenas fotos y maravilloso relato. Di a Juan que aquellos platos me encantarían… jejeje
Olá,
gostaria de saber como fizeram a visita às pirâmides. Foram com que tour, que empresa ?
Obrigada
Joana
Oi Joana!
Desculpa a demora em te responder … estive fazendo uma trip no Hawaii-Califórnia e agora logo na volta meu pai teve um problema de saúde, estando hospitalizado na UTI.
A visita às pirâmides nós fizemos com a Wayak (http://www.wayak.mx/tours-mexico.aspx). Muito bom, recomendo !
Agendamos o Tour no próprio Hostel que estávamos na Cidade do México (http://www.mundojovenhostels.com/tours_catedral.php)
Boa trip e bom passeio!
Abração !