Muitas pessoas pensam que o Caribe é um lugar só para descansar, mergulhar nas águas cristalinas e aproveitar a tranquilidade que esse paraíso pode proporcionar. Porém, além de ser realmente um paraíso com belas paisagens e ótimos locais para a pratica de mergulho, o Caribe possui recantos que proporcionam ondas perfeitas para os surfistas, que indo na época certa, encontram picos de excelente qualidade em águas quentes e límpidas.
Puerto Rico é um destes locais, com água azul transparente, ventos suaves soprando terral na costa noroeste, palmeiras balançando sobre praias de areia branca, e centenas de reefs, points e beach breaks, sendo considerado o “Hawaii do Caribe”. Localizado a leste da República Dominicana, recebe ondulações tanto de norte como de sul e possui diversos tipos de onda, desde beach breaks para iniciantes como outer reefs com ondas grandes para os mais atirados.


Foi em busca deste ambiente que em 15 de Novembro/2014 embarcamos eu, o Charles Silva e o Ricardo Sastre, acompanhado da sua esposa Cristiane, para uma semana em Puerto Rico, aproveitando o início da temporada de ondas no noroeste do país, onde localizam-se as principais regiões e picos de surfe.
Voamos de Porto Alegre para São Paulo e dormimos no Fast Sleep do aeroporto de Guarulhos, para no dia seguinte pegar cedinho o voo da Avianca com destino à San Juan, fazendo escala em Bogotá na Colômbia.


Chegamos em San Juan ao entardecer e, ainda do avião, pudemos presenciar um belo por-do-sol sobre o mar caribenho.


Puerto Rico, oficialmente “Estado Libre Asociado de Puerto Rico”, é um território sem personalidade jurídica dos Estados Unidos, localizado na parte oriental do mar do Caribe a leste da República Dominicana e no oeste das Ilhas Virgens. Puerto Rico é composto por um arquipélago, que inclui a ilha principal de Puerto Rico e uma série de ilhas menores, das quais as maiores são Vieques, Culebra e Mona. A ilha principal de Puerto Rico é a menor em área terrestre e a menor em população entre as quatro Grandes Antilhas, que também incluem Cuba, Hispaniola (República Dominicana e o Haiti) e a Jamaica. Sua capital chama-se San Juan, a moeda local é o dólar americano, e língua nacional é o espanhol, mas o Inglês é reconhecido como língua oficial também.

Conquistado pela Espanha em 1493 e cedido em 1898 aos Estados Unidos, a partir de 1917 os nativos de Porto Rico se tornaram cidadãos americanos. Desde 1947, os porto-riquenhos escolhem seu próprio governador. Porém, por não fazerem parte da união (Puerto Rico é um Território, não um Estado), residentes de Porto Rico não podem votar para presidente, mas podem votar nas eleições primárias presidenciais dos Estados Unidos. Em um referendo ocorrido em 14 de Dezembro de 1998, os habitantes de Puerto Rico decidiram manter o status de Estado Livre Associado, recusando entre as propostas de se tornar o 51º estado americano ou a de se tornar independente. O status político da ilha, de independência ou por se tornar parte dos Estados Unidos, é um assunto de grande debate local. Em 6 de novembro de 2012, num novo referendo popular, 65% da população do território aprovou elevar seu status a parte integral do território americano como o 51º estado da União, dependendo agora apenas da aprovação do Congresso dos EUA.
Fizemos as burocracias de imigração/alfândega (por se tratar de um território dos Estados Unidos, para entrar no país é necessário ter visto americano) e, ainda no aeroporto, retiramos junto à ALAMO o carro que alugamos.
Seriam então ainda mais 2hrs e meia até a região de Rincón, onde ficaríamos hospedados. Como já era noite quando saímos do aeroporto, levaríamos ainda algumas horas para chegar até nossa pousada e não sabíamos se encontraríamos algo aberto na região tarde da noite, resolvemos já jantar ainda em San Juan, passar em um mercado para comprar mantimentos e só então dirigirmos para Rincon.
Chegamos em Rincon já era passado de meia-noite. Não tivemos problemas em encontrar o local que havíamos reservado para o período que ficaríamos em Puerto Rico, o Punta Beach Condos, que se tratam de apartamentos de dois quartos com mobília completa, localizados na praia de Sandy Beach. O local era ótimo e tinha tudo o que precisávamos e mais um pouco. Como os proprietários do local estariam viajando, combinamos de que eles deixariam a porta aberta com a chave dentro e nos instalaríamos à vontade e acertaríamos às diárias quando eles regressassem (um dia depois da nossa chegada).
Estávamos bem cansados de toda a viagem e dormimos em seguida para poder recuperar as energias e começar a explorar o local na manhã seguinte.

Acordamos dia 17, fizemos um cafezão e descemos para a praia para reconhecermos o local, nos situarmos aonde estávamos e verificar as condições das ondas em Sandy Beach, que ficava a apenas 100 metros do Punta Beach Condos. O dia estava perfeito, com um solzão e boas ondas.
















Logo retornamos para o nosso apê, ajeitamos as pranchas e materiais de surfe e fomos dar a primeira queda no mar porto-riquenho. Pegamos algumas boas ondas num marzinho fun em Sandy Beach e depois ainda demos outra queda em Pools Beach, antes de retornarmos para casa.





Um pouco da história do surfe em Puerto Rico…
Puerto Rico começou a ser surfada na década de 50. Desde então, o surfe cresceu em popularidade local, e ganhou reconhecimento internacional depois de sediar o Campeonato Mundial de Surfe de 1968. Hoje em dia, Puerto Rico é considerado um destino top para uma surf-trip no caribe.
A temporada de surfe em Puerto Rico se estende de Novembro à Abril. A ilha recebe a maioria dos seus swells durante a temporada de furacões, à medida que grandes tormentas se movem da costa oeste da Àfrica, e durante os meses de inverno (dezembro/janeiro/fevereiro) quando frentes-frias e sistemas de baixa-pressão movem-se da borda dos Estados Unidos, enviando ondulações com grandes períodos para as praias do norte e noroeste de Puerto Rico.
De Isabela e Aguadilla até Rincon, as praias da costa noroeste de Puerto Rico possuem inúmeros picos de surfe de excelente qualidade, proporcionando muitas oportunidades para um grande dia de surfe.
Mapas e breve descrição das principais ondas de Puerto Rico…
-> Puerto Rico Surf Spots Map

-> Puerto Rico Northwest Surf Spots Map

-> Rincon Surf Spots Map

-> Aguadilla Surf Spots Map

-> Isabela Surf Spots Map

Little Malibu – Somente para surfistas experientes. Na Ruta 413, pegue a Black Eagle Marina road e siga nela até chegar no The Spot Restaurant, estacionando adiante. Uma onda rápida e tubular de direita que quebra sobre um coral muito afiado e raso. GPS – Latitude: 18° 20.635′ N Longitude: 67° 15.639′ W
Tres Palmas – Apenas para surfistas experientes. Na Ruta 413, pegue a estrada de chão no Km. 1.6, que passa no meio de pasto e vacas. O pico de ondas grandes mais famoso do caribe, Tres Palmas é um legendário reef-break de direita que precisa de um grande swell para funcionar. Necessita um swell de noroeste e ventos de leste. Geralmente, não começa a quebrar com menos de 2 metros. GPS – Latitude: 18° 20.695′ N Longitude: 67° 15.716′ W
Dogman’s – Surfistas experientes. Estacione em Maria’s Beach e caminhe em direção sul passando a foz do rio e reme para o out. Menor crowd que Maria’s, esquerdas rápidas e tubulares e direitas sobre um fundo raso de corais e pedras. GPS – Latitude: 18° 21.314′ N Longitude: 67° 16.215′ W
Maria’s – Todos os níveis de surfe. De Rincon, pegue a Rt.413 em direção norte e pegue à esquerda em direção ao faról de Rincon (Rt. 4413), ande mais 400 metros e estacione na área abaixo da estrada à esquerda, próximo ao Restaurante Calypso. Pico muito popular, com direitas longas. Quebra melhor com swell de noroeste e vento leste ou nordeste. Fundo de reef/pedra. GPS – Latitude: 18° 21.446′ N Longitude: 67° 16.162′ W
Indicators – Somente para surfistas experientes. Na Rt. 4413, passando Maria’s Beach, um pouco antes do Faról de Rincon (lighthouse) você verá trilhas para a praia. Fácil de estacionar. Direita super tubular, não muita crowd pois é uma onda que pode ser perigosa. Sem canal, então às vezes remar até o out não é tão fácil. Fundo de reef e pedras afiadas. GPS – Latitude: 18° 21.78′ N Longitude: 67° 16.294′ W
Domes – Boa para todos os níveis de surfe. De Rincon, pegue a Rt 413 em direção norte, pegue à esquerda para o faról de Rincón (4413) e segue até o final da rua chegando na planta da antiga usina nuclear e no estacionamento. É um pico popular que sedia todos os Fevereiros o Circuito de Surfe Corona Extra Pro. Boa com swell de noroeste ou nordeste e vento sudeste. Rolam altas direitas a partir de um reef e rodando em seguida sobre um fundo de rocha chapada. As ondas podem ser longas e tubulares. GPS – Latitude: 18° 21.916′ N Longitude: 67° 16.18′ W
Pool’s – alguns reef breaks espalhados que as vezes geram ondas divertidas. É protegido dos ventos noroeste, mas necessita de um bom swell de noroeste para realmente funcionar. De fato, quanto mais de oeste o swell melhor quebra o pico. Pode ser uma onda pesada, sob um reef raso. Para surfistas experientes.
Parking Lots – Todos níveis de surfe. Vindo da 413, dobre em direção ao mar próximo à “Speedway gas station”, desça até a rua que costeia a praia a chegue ao primeiro estacionamento à direita, próximo à Casa Islena. Direitas e esquerdas divertidas entre Sandy’s e Antonio’s. Entre no mar em frente do estacionamento. Fundo de reef/rocha/areia.
Sandy Beach – Todos os níveis de surfe. Em frente ao Tamboo Tavern, apenas a alguns passos ao sul de Parking Lots. Sandy Beach precisa de um bom swell de noroeste ou nordeste e ventos fracos de sul para atingir seu verdadeiro potencial. Quando as condições aparecem, longas e manobráveis esquerdas correm sobre o reef. Não deixe o fundo de areia da beira da praia iludi-lo, pois lá dentro o fundo é de coral.
Antonio’s – Divertidas esquerdas e direitas quebram sobreum longo trecho de reef de coral. O vento maral prevalece aqui depois do meio-dia, então é bom chegar cedo. Não é uma onda tubular, quebrando melhor com swell de noroeste ou nordeste e ventos de sul, que produzem direitas divertidas e manobráveis.
Pico de Piedras (BC’s) – Praia pública de Aguada. Pela Rt 115 sul, pega à direita em Balneário, após passar por Aguada. Tem estacionamento público e banheiros. Praia aberta, com fundo de reef e areia, que pode funcionar durante todo o ano. O ângulo ideal de swell para este pico é o de norte. Tem picos de direita e esquerdas. A qualidade do surfe não é afetado pela variação de maré.
Table Rock – Apenas para surfistas experientes. Normalmente com poucas pessoas no local, por isso é sempre uma boa idéia respeitar os locais. É um point-break de direitas, rápido, potente e raso. GPS: Latitude: 18° 23.944′ N Longitude: 67° 11.393′ W
Bridges – Boa para todos surfistas. Vindo de Aguadilla pela Rt 107, pegue à direita antes de entrar na Hwy 2 na Rt 111, desça a colina até a praia e alé está o pico Bridges. Pico de direita, uma onda longa e manobrável. Onda divertida e fácil de pegar. O fundo é de rocha chapada com areia. GPS – Latitude: 18° 25.551′ N Longitude: 67° 9.353′ W
Schoolyards – Pelo mesmo caminho de Bridges. Reef afiado e raso. Quebra melhor com swell de oeste ou noroeste e vento vindo de qualquer direção menos sul.
Rompeolas – Na Rt. 111 no porto de Aguadilla. Praia de areia, mas pode ficar perigosa nos dias maiores pois o pico fica atrás do quebra-mar.
Crashboat – Boa para todos os níveis de surfe. Praia popular, muito conhecida e bem sinalizada pela Rt. 107. Caminhe sobre o pier e pule para o lineup na esquerda. Direita rápida e divertida sobre fundo de areia. Quebra melhor com swell de oeste ou noroeste, com qualquer vento. GPS – Latitude: 18° 27.437′ N Longitude: 67° 9.856′ .
Gas Chambers – Apenas para surfistas muito experientes. Na parte norte do pier da praia de Crashboat. Não quebra muito constantemente, mas muito pesada quando quebra. Fundo de reef e pedra. Excelentes tubos, muito potentes, muita crowd nos finais de semana. GPS – Latitude: 18° 27.591′ N Longitude: 67° 9.934′ W.
Wilderness – Surfistas experientes. Na Rt. 107 perto do campo de golf, uma pequena estrada atravessa o campo de golf, seguindo até a área de estacionamento. Quebra melhor com swell de noroeste ou nordeste e ventos de leste ou nordeste. Fundo de pedra chapada, com direitas e esquerdas rápidas e potentes. Geralmente com pouca gente nos dias de semana. Bonita praia e arredores, sem nada de instalações (Banheiros, água, comida) no entorno. GPS – Latitude: 18° 28.572′ N Longitude: 67° 10.154′
Surfer’s Beach – Boa para todos os níveis de surfe. Da Base Aérea Ramey na Rt. 107, pega a Cliff Road e passa a Surf Zone, vire à esquerda no portão de metal no final da estrada, dirija descendo a colina e no final vai ter um estacionamento. Direitas longas e consistentes e algumas esquerdas mais curtas. Quebra com swell de noroeste ou nordeste e vento de sudeste. Fundo de reef, com uma certa crowd nos finais de semana. GPS – Latitude: 18° 30.408′ N Longitude: 67° 8.535′ W
Shacks – Reef break exposto, com surfe consistente e que pode funcionar durante todo o ano. Vento terral sopra de sul ou sudoeste. O ângulo ideal de swell é o de norte. Pico de direitas, muitas vezes crowdeado. Cuidado com as pedras no line up.
Jobos – De fácil acesso, para todos os níveis de surfe, é um potente beach-break de direita. Qubra melhor com swell de direção norte ou nordeste com ventos de sul. Tem um canal que facilita muito a entrada. Alguns bons bares e restaurantes na praia. GPS: Latitude: 18° 30.869′ N Longitude: 67° 4.645′ W
Middles – De fácil acesso, melhor para surfistas experientes. Reef/Rocky break de direitas, sua onda pode ser rápida e tubular. Quebra melhor com swell de norte ou nordeste. O Circuito de Surfe “Corona Extra Pro” acontece nesta praia todos os anos. Não tem muita crowd durante os dias de semana. Não tem nada de instalações (banheiros, água, comida) no entorno. GPS: Latitude: 18° 15′ N Longitude: 66° 30′ W
Ao meio-dia, fomos até o centro da cidade de Rincon para almoçar e também para conhecer as praias da região. Comemos um rango bem simples em uma padaria no centrinho e fizemos uma caminhada na main beach da cidade. De lá seguimos até Little Malibu e posteriormente Tres Palmas. Vimos que tinham boas ondas na região e decidimos voltar para casa para buscar as pranchas e surfar à tarde por ali.
A onda de Tres Palmas em si, não estava consistente, pois não havia swell suficiente para quebrar as clássicas ondas que rompem no reef mais no out. Porém em Dogman’s, Maria’s e Indicators tinham ótimas valinhas e aproveitamos para surfar uma pouco em cada uma delas.












Curtimos ainda, no final de tarde, um belo por-do-sol em Tres Palmas e passamos no faról de Rincon para apreciarmos de lá a vista da praia.




À noite, preparamos uma galinhada, tomamos umas cervejas artesanais e dormimos o sono dos justos!


Dia seguinte, fomos explorar as regiões de Aguada e Aguadilla. O swell estava baixo e muitos picos de Aguadilla não estavam funcionando. Acabamos achando uma boa onda na Praia de Positas em Aguada e passamos a manhã toda lá surfando sozinhos, somente eu, o Charles e o Sastre, enquanto a Cris curtia um sol à beira-mar. O local possui um reef chapado proporcionando uma onda com boa pressão. Aqui, a água estava mais turva, devido à saída do Rio Grande que desemboca próximo à praia.


















Após o surfe, fizemos uma boa coleta de cocos nos coqueiros da beira da praia e deixamos um estoque consistente na nossa geladeira para os dias seguintes.









Retornando à Rincon fizemos uma parada para comer um frango assado com mandioca em um “podrão” na beira da estrada.


À tarde, fizemos mais uma sessão em Maria’s Beach e Indicator’s, onde mais uma vez pegamos boas ondas.




À noite, o “grude” foi preparado pelo Sastre. Um strogonoff sensacional, que acabamos o obrigando à repetir a dose alguns dias depois.

No dia 19, fizemos um surfe cedo pela manhã em Sandy Beach e decidimos aproveitar o resto do dia para ir à San Juan, conhecer a parte histórica da cidade, bem como dar uma passada em um outlet.


Próximo ao meio-dia, chegamos ao Puerto Rico Premium Outlets, que fica na cidade de Barceloneta, a cerca de 40 minutos de San Juan, e é um dos maiores centro de compras do país. Este outlet possui uma grande quantidade de lojas de grandes marcas e realmente valeu a pena parar aqui, pois encontramos roupas e calçados a preços muuuuito bons. Aproveitamos a parada também para fazer um rango, antes de seguirmos para San Juan.




Do outlet, seguimos para San Juan, mais especificamente para o Centro Histórico da cidade, conhecido como Viejo San Juan.
San Juan é segunda cidade mais antiga das Américas a ser estabelecida pelos europeus, depois apenas de Santo Domingo, na República Dominicana. San Juan, como um povoado do Império Espanhol, foi utilizado por navios mercantes e militares vindos da Espanha como primeira escala nas Américas. Hoje, San Juan é um dos portos mais importantes de Porto Rico, e o centro industrial, financeiro, cultural e turístico da ilha.

De fato, toda a antiga San Juan era, na realidade, uma cidade fortificada e envolta por enormes muralhas. O motivo para a existência da muralha englobando toda a San Juan remete à época das grandes navegações entre os séculos XV e XIX, quando a cidade era o primeiro porto de atraque para os espanhóis quando estes vinham da Espanha em direção ao Caribe e América Central, sendo assim, um local estratégico. Com uma geografia que forma um porto natural profundo e perfeito em San Juan, aliada ao fato de Porto Rico ser uma ilha maior, com recursos suficientes para a sobrevivência por longos períodos e muita riqueza à espera de ser explorada, os espanhóis quiseram proteger essas terras de possíveis invasores. Ficaram ali até 1898, quando a Guerra Hispanoamericana foi deflagrada, e Porto Rico convertido a território americano.
Junto às muralhas foram construídos 3 fortes: o “La Fortaleza”, construído entre 1533 e 1540 para defender o porto de San Juan e que é atualmente a residência oficial do Governador de Puerto Rico; o “Castillo San Felipe del Morro”, na ponta noroeste da ilha de San Juan, “esquina” da baía com o oceano Atlântico, construído para guardar a entrada da baía; e o “Castillo San Cristóbal”, fortificação alta e de frente para o Oceano Atlântico, cuja construção iniciou-se em 1634, e que serviu também de posto de observação para detectar a chegada de navios inimigos.
O primeiro local que visitamos foi o Castillo San Cristóbal. Deixamos o nosso carro estacionado na entrada da fortificação e lá já compramos o ingresso conjunto que também permitia a posterior visitação ao forte El Morro.
Construído entre 1634 e 1790, é a maior fortificação erguida pelos espanhóis no Novo Mundo, local onde foram dados os primeiros tiros de canhões na Guerra Hispano-Americana. De lá tem-se uma bela vista panorâmica do oceano Atlântico e da orla de San Juan.
O Forte San Cristobal foi construído para proteger San Juan dos ataques terrestres. Ergue-se onde estava localizado o portão oriental para a antiga cidade murada de San Juan, remontando à 1800 quando a muralha cercou completamente a cidade. É uma enorme fortaleza que abrange 27 hectares, e boa parte dessa área preservada é acessível ao público.











Os fortes de San Juan possuíam um sistema de coleta de água da chuva, com canaletas no chão em todos os pontos expostos da fortificação com escoamento para um sistema de tubulação, poços e cisternas. Haviam cinco tanques abaixo da praça principal, onde treinavam tropas. Estes tanques podiam armazenar até 716 mil litros de água da chuva, capaz de sustentar o forte por até um ano.












Saindo do Castillo San Cristóbal, pegamos o trolley até o Forte San Felipe del Morro.

Na entrada, um amplo e bonito gramado, serve de parque para as pessoas tomarem sol e namorarem. Este belo forte possui seis níveis e foi nomeado em honra do rei da Espanha Felipe II. Foi construído inicialmente não como a enorme estrutura que se vê hoje. O forte passou por muitas ampliações e modificações, a partir do momento em que foi construído pela primeira vez pela Espanha, até o período em que foi ocupado pelo Exército dos EUA.
Além do forte estar em ótimo estado, o mesmo proporciona também vistas maravilhosas para a baía de San Juan e para o Oceano Atlântico. É um passeio que vale muito a pena!





















Após a visita aos fortes, fizemos um passeio no centrinho histórico de Viejo San Juan, muito bem preservado, repleto de casinhas coloridas com terraços e ruas de paralelepípedo.
Viejo San Juan é a cidade mais preservada da América desde o século XV. É ali onde se pode ver o verdadeiro estilo de vida e a arquitetura realizada pelos espanhóis daqueles tempos.
Após caminharmos um pouco, fizemos uma parada na sorveteria Ben & Jerry’s, localizada na Calle Del Cristo. A dona do local é uma ex-ginasta que ganhou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992. Além do sorvete, servido em uma casquinha quente, ser uma delícia, o lugar é todo transado, com mesinhas coloridas e diversas fotos coladas nas paredes.







Passamos ainda por algumas lojas de suvenirs em Viejo San Juan e em seguida regressamos para a região de Rincon.
No dia 20, fizemos novamente um surfe cedo em Sandy Beach e logo pegamos a estrada para irmos até o outro lado da ilha, a fim de fazer um mergulho em Luquillo e depois encarar um percurso de kayak à noite em Fajardo para ver a Baía Bioluminescente.
No caminho, fizemos um pitstop em Isabella para conhecer os picos da região.





Após quase 3 horas rodando, chegamos à Luquillo, mas como a água estava meio turva no local e a visibilidade não era boa, decidimos abortar o mergulho e irmos diretamente para Fajardo.

Em Fajardo, queríamos fazer o passeio na Bio Bay, uma baía de água que contém milhões de micro-organismos, chamados de “dinoflagelados”, que brilham no escuro por alguns segundos quando agitados. É uma maravilha natural rara, encontrada apenas em 6 locais em todo o mundo.
A baía de Laguna Grande em Fajardo contém até 190 mil dinoflagelados bioluminescentes por litro de água. Estes organismos meio-plantas/meio-animais emitem um flash de luz azulada quando agitados à noite. A alta concentração dessas criaturas (Pyrodimium bahamense) pode criar luz suficiente para ler um livro.
A maneira mais usual de visitar a Bio Bay em Fajardo é em kayak. Existem várias operadoras que fazem tours guiados até a Bio Bay. Como não tínhamos nada reservado, e esta é uma atividade bastante procurada pelos turistas em Puerto Rico, tivemos que fazer uma pesquisa na hora em várias operadoras para conseguir vaga em algum grupo, pois muitos já estavam lotados.
No fim acabamos dando bastante sorte, pois fomos com uma operadora que é a única que possui os kayaks com fundo transparente, o que facilita ainda mais a visualização dos micro-organismos bioluminescentes.
Os passeios de kayak saem da praia de Las Croabas, que é uma pequena baía com um ancoradouro público. São duas pessoas por cada kayak, e saindo da praia, rema-se por um canal no meio de um mangue que leva até à lagoa bioluminescente. É bem divertido e em alguns momentos rola uma adrenalina, pois o passeio começa no final da tarde e anoitece quando se está no meio do mangue, o que torna a navegação um pouco mais complicada. No mangue avistam-se algumas iguanas nas árvores. Chega-se na lagoa já com noite bem escura. Neste momento, a cada remada que dávamos, ficava um redemoinho de luz brilhante para trás em seu curso, gerando o bonito efeito da bioluminescência. Em seguida, o guia reúne todos os kayaks do grupo juntos e explica o fenômeno da bioluminescência, bem como responde a perguntas que o grupo possa ter. O passeio todo leva cerca de 2 horas à 2 horas e meia.
















Regressando de Fajardo, paramos em San Juan onde jantamos uma pizza e chegamos de volta em Rincon já era passado da meia-noite.
Na manhã seguinte, como o swell estava de direção norte, decidimos ir passar o dia em Jobos, na região de Isabela, pois era um lugar que recebia bem ondulação nesta direção, além de ser uma praia muito bonita.
Passamos o dia todo lá pegando onda e fazendo snorkel na enseada que forma entre a praia e o rochedo que protege a beira da praia da ondulação.















Fizemos um rango no final da tarde em Isabela e, no retorno para Rincon, demos uma passada inda em Gas Chambers, na região de Aguadilla, para conhecer este pico que é um clássico de Puerto Rico. Porém, como a onda aqui funciona apenas com swell consistente de noroeste, o pico estava completamente flat.





À noite, o Sastre repetiu a dose e preparou mais uma vez o seu aclamado estrogonofe!

Depois de dois dias atravessando a ilha dirigindo para fazer programas no lado norte e leste, decidimos que em nosso penúltimo dia em Puerto Rico ficaríamos mais relax, sem tirar o carro da garagem e apenas curtindo um surfe em Sandy Beach e a piscina do Punta Beach Condos.


À noite, preparamos uma belo churras no estilo parrillero uruguayo e degustamos diversas cervejas artesanais.








Na nossa última manhã em Puerto Rico o mar amanheceu praticamente flat na região de Rincon. Como não tínhamos muito tempo para fazermos um deslocamento até a região de Isabela, decidimos só fazer um mergulho mesmo em Sandy Beach, antes de arrumarmos nossas coisas e partirmos para o aeroporto de San Juan.





Comemos um carreteiro feito com as sobras do churrasco da noite anterior, e logo após o meio-dia fizemos nosso check-out e dirigimos para San Juan. Entregamos o carro na locadora e iniciamos a maratona de retorno. Voamos San Juan -> Bogotá, depois Bogotá -> Rio e por fim Rio -> Porto Alegre. Uma jornada cansativa mas que já tinha sido completamente compensada com os ótimos dias que havíamos passado na ilha de Puerto Rico.
Nesta viagem pudemos comprovar que não é a toa que o local é popularmente conhecido também como “La isla del encanto“.
Abraço!
Hospedagens na região de Rincon
kkkkk P.Q.P, que vidinha mais ou menos hein Tiburas Show de bola meu Brother, um excelente 2015 cheio de altas trips pra ti e Cia.
A propósito, o que era aquela mãe dágua que te pegou em Capão????? Sinistro Aqui na Torrika tinha umas que pareciam umas cabeças de bulldog.
Grande abraço, Bisotto
Valeu Bisottinho!
Temos que fazer outra trip junto na parceria!!
Um ótimo 2015 para ti também, com muito surfe bom!
Abração!
Estou indo para um evento em San Juan, tem alguma onda perto para surfar?
Salve brother! Pensando em fazer uma trip pra rincon e ficar 4 dias. Qual a melhor praia para ficar? Meu surf eh intermediário/avancado e estarei em casal.
4 dias da pra curtir ou eh pouco?
Obrigado!! A data seria 16 jan ate 19jan