No final da tarde do dia 20/10 me fui de Lisboa rumo à Paris. Na praça do Rossio, peguei o AeroBus e em 20 minutos estava no aeroporto da Portela (Lisboa). Deixei o meu pack de pranchas no storage room do hostel em Lisboa e viajei apenas com a mala e mochila de mão. Devido às condições metrológicas no aeroporto de Orly (Paris), ficamos quase uma hora dentro da aeronave em Lisboa, aguardando autorização para decolar. Após decolarmos, foram cerca de 2 horas de voo.

Chegando a Paris, tive que fazer uma alteração nos meus planos, que eram de ir de trem do aeroporto até o Quartier Latin, bairro onde ficava o meu hotel. Devido ao atraso na decolagem em Lisboa, quando cheguei a Paris, o Orlyval já havia encerrado as atividades. O que ocorre é que em Orly a estação do RER B (Trem interurbano) não se encontra dentro do aeroporto. Por isso, você tem que pegar o Orlyval, um metro automático, que liga os dois terminais de Orly (terminal sul e terminal oeste) à estação do RER que se encontra na cidade próxima chamada Antony. Com o Orlyval fechado e com a chuva que caía, decidi tomar um táxi direto para o meu hotel. Custou-me 38 euros.


Cheguei ao Hotel Du Commerce quase meia-noite (Paris tem uma hora adiantada no fuso em relação a Lisboa). Estava bastante cansado. Apenas comi uma barra de cereais e fui dormir, pois no dia seguinte queria passear bastante pela cidade.
Acordei cedo dia 21/10, e a primeira providência que tomei foi ir a um mercado perto do Hotel para comprar água e alguns mantimentos para tomar um café e fazer alguns lanches durante a estadia na cidade (logo dei de cara com um Carrefour, vê se pode!). Paris é sem dúvida uma das cidades mais caras do mundo, e isto se confirma especialmente nos quesitos hospedagem e comida. Deste modo, eu estava hospedado em um hotel econômico, indicado por amigos que já haviam estado lá, sendo que o mesmo não oferecia café-da-manhã. Meu quarto era composto apenas de uma cama, armário e uma pia. Banheiro era compartilhado. E o banho, custava 2 euros a cada ducha. Neste momento comecei a entender porque os franceses tem fama de não gostarem de tomar banho!! Mas a verdade é que visitando Paris, o lugar onde menos se fica é no hotel, que serve mesmo apenas para dormir e, para isto, o Hotel du Commerce se prestou perfeitamente.


Então após restabelecer as energias, saí a explorar a imensa capital francesa. E não é a toa que Paris é o primeiro destino turístico do mundo. Com inestimáveis patrimônios históricos, Paris tem mesmo incontáveis atrações: as Catedrais de Notre-Dame e Sacre-Coeur, os museus do Louvre, D’Orsay e Pompidou, além de lugares chave como Quartier Latin, Champs-Elysées e Place dês Vosges. Mas é o cartão-postal da capital o ponto que mais atrai a nós turistas. Com 324 metros de altura e mais de 121 anos de existência, a Torre Eiffel, por si só, já é motivo para arrumar as malas e vir para Paris.
Paris é a capital de uma das nações mais antigas do mundo e é considerada de fundamental importância para todas as manifestações artísticas. Possui uma das maiores aglomerações urbanas da Europa, com mais de dois milhões de habitantes, sendo 310 mil estrangeiros. Tantas histórias e acontecimentos que aqui se sucederam fizeram com que Paris se tornasse foco Europeu de ensino e arte. Também foi considerada a capital de maior potência política e centro cultural da Europa. Esses movimentos e mobilizações ocorreram, em grande parte, no iluminismo, que atribuiu à Paris o título de Cidade Luz (época do movimento cultural de elite, a fim de reformar a sociedade e o conhecimento prévio, que promoveu o intercâmbio intelectual e foi contra a intolerância e os abusos da igreja e do Estado).
A cidade tem 14.518 Km2 e, para percorrê-los, é possível utilizar linha de ônibus, metrô e trem, com um sistema integrado e muito eficiente. Além disso, para os que gostam de praticar exercícios e ao mesmo tempo desfrutar dos ares da cidade, existem bicicletas para alugar em alguns pontos estratégicos. No meu caso, eu já gosto mesmo é de explorar as cidades a pé, que para mim é a melhor maneira de sentir a vibe de qualquer lugar.
Como meu hotel ficava no bairro Quartier Latin, eu estava a poucos metros da Île de la Cité, uma de duas ilhas no rio Sena (a outra é a Île Saint-Louis). A Île de la Cité é o centro da capital francesa e foi onde a cidade medieval de Paris foi fundada. Neste local ainda encontram-se importantes atrações da cidade, como a Catedral de Notre Dame, a Consiergiere, Sainte-Chapelle, Palácio da Justiça e, por isso, foi por lá que iniciei meu passeio.
A Catedral de Notre Dame é realmente impressionante. Considerada carro-chefe da arte gótica, a suntuosa igreja foi construída entre os séculos XII e XIII. O impacto visual começa por suas dimensões – 130 metros de profundidade, 48 de largura e 35 de altura, o que a torna apta a acomodar até 6 mil pessoas – e se desdobra em cada detalhe da edificação (que demorou quase dois séculos para ser concluída) e da coleção de obras de arte que comporta, entre vitrais, quadros e esculturas. A Notre Dame testemunhou alguns dos grandes eventos da história francesa, tais como a coroação de Napoleão como imperador em 1804 e a beatificação de Joana D’Arc em 1909 (representada em uma estátua no interior da igreja). Também está guardado em seu relicário nada menos que a suposta coroa de espinhos de Jesus Cristo, exibida aos visitantes na primeira sexta-feira de cada mês. Para marcar a comemoração de 850 anos da catedral, a prefeitura de Paris construiu uma infraestrutura temporária em frente à catedral, numa espécie de arquibancada, onde se pode sentar e ficar apreciando os mínimos detalhes da construção. A catedral é realmente magnífica, um daqueles locais que tu fica parado olhando cada pequeno detalhe e, ao distrair-se, quando vê passou uma manhã inteira ali!


Bem próximo ao local está a placa de bronze, que indica o marco zero, a partir do qual são calculadas todas as distâncias da capital francesa.

A cerca de 100 metros de Notre Dame, está um complexo de construções que engloba a Consiergiere, Sainte-Chapelle e Palácio da Justiça. A Consiergiere é o vestígio principal do antigo Palácio da Cidade, que foi residência e sede do poder real francês do século X ao século XIV e que se estendia sobre o local em que hoje está o Palácio de Justiça de Paris. Durante o século 14, ela se tornou uma prisão no período da revolução Francesa e abrigou, entre os prisioneiros, Maria Antonieta, que ali aguardou a sua decapitação, em 1793. O Palácio da Justiça é um majestoso conjunto arquitetônico que abriga um complexo de tribunais, e no século 14 foi sede do governo de Carlos V. Já a Sainte-Chapelle é uma suntuosa capela gótica, e está entre as construções mais belas de Paris. Foi construída por Luis IX com o propósito de abrigar a suposta coroa de espinhos de Jesus Cristo (hoje disposta na igreja de Notre-Dame). Destaque para os vitrais, que representam mais de mil cenas religiosas e foram delicadamente emoldurados por um trabalho em pedra, com rosáceas datadas do século XV, acrescentadas posteriormente.






Da Ile de La Cité, atravessei o Rio Sena e segui até o Centro Georges Pompidou, um local “novo” de Paris que abriga muita arte. Este complexo foi fundado em 1977 com uma série de salas culturais: museu, teatros, biblioteca e atelier. Por ser um projeto arrojado foi considerado marco do início da pós-modernidade nas artes. Também é um exemplo de arquitetura high-tech onde elementos tecnológicos são transformados em objetos estéticos. O Centro abriga obras primas de Picasso, Matisse e Miró.



Do Pompidou retornei para a margem do Sena, passando pelo Hotel de Ville (em língua francesa significa “câmara municipal”) que alberga as instituições do governo municipal de Paris. O edifício, de arquitetura da época renascentista, fica na Praça do Município e é utilizado para múltiplos propósitos: aloja a administração da cidade, é o local de trabalho e reuniões do presidente do município (desde 1977) e também serve para acolher grandes recepções.

Continuei seguindo o curso do Sena em direção ao Museu do Louvre. No caminho uma parada na Pont Des Arts, conhecida como Ponte dos Cadeados. Muitos casais apaixonados vem aqui, escrevem suas inicias em mini cadeados, os trancam na ponte e atiram a chave no Rio Sena. Com isso, segundo a lenda, os amantes estarão amarrados para sempre, é como um sinal de amor eterno. Se um dia vieres a Paris com a patroa, este é um local que tem que estar na lista!





Pouco mais adiante, cheguei ao Museu do Louvre. Fundado em 1793, ele é considerado “o museu dos museus”, um dos maiores e mais conhecidos do mundo. É dividido em oito departamentos: Antiguidades do Oriente Próximo, Antiguidades Egípcias, Antiguidades Gregas, Etruscas e Romanas, Arte Islâmica, Artes Decorativas, Pinturas e Artes Gráficas. São mais de 35 mil obras de arte em exposição permanentes e um acervo de mais de 380 mil itens. A área dedicada às pinturas é a segunda maior do mundo, com 12 mi obras, das quais seis mil fazem parte da exposição permanente. O quadro Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, um dos rostos mais conhecidos e mais enigmáticos, está na parede deste museu. Obras de nome como Michelangelo, Rafael, Velásquez, Lorenzo Bartolini e tantos outros estão guardados por esta fortaleza cultural e artística que é o Louvre.





O seu pátio central, ocupado pela pirâmide de vidro, encontra-se na linha central da Champs-Élysées, criando uma harmoniosa perspectiva entre o Louvre e o Arco do Triunfo. A Pirâmide e o átrio subterrâneo, debaixo dela, foram criados por causa de uma série de problemas com a entrada principal (original) do Louvre, que já não podia lidar com um número enorme de visitantes diários. E a procura aumentou ainda mais após as cenas do filme Código Da Vinci, estrelado por Tom Hanks e Audrey Tautou.



Após apreciar o Louvre, segui caminho pela Praça do Carrossel, com o Arco do Triunfo do Carrossel dominando esta explanada. O Arco do Triunfo do Carrossel é um monumento datando de 1809, edificado em homenagem ao Grande Exército de Napoleão Bonaparte. Está situado no extremo leste, no fim da chamada “Axe historique” (eixo histórico grandioso) de Paris, que é um espantoso percurso de nove quilômetros, que domina Paris central e ocidental. Olhando para o oeste, o arco está perfeitamente alinhado com o obelisco da Place de la Concorde, com a Champs-Elysees, o Arco do Triunfo e o Grande Arco de la Defense.


Segui o caminho do “eixo histórico” atravessando o bonito Jardin de Tuileries e chegando, em seguida, na Place de La Concorde. A localização do Jardim de Tuileries faz com que ele seja um dos mais visitados em Paris, tendo sido projetado em estilo formal por André Le Notre, jardineiro de Luiz XIV. A Place de La Concorde é a segunda maior praça da França, foi fundada em 1722 e ocupa 8 hectares. Durante a Revolução Francesa, ficava ali a guilhotina. O obelisco ali existente foi doado pelo Egito.




Logo em seguida alcancei a Avenida Champs Elysées. Com 1,9 km de extensão, trata-se de uma das mais belas avenidas do mundo, e é a avenida mais famosa de Paris, ligando a Place de La Concorde à Place Charles de Gaulle Etoile, onde está o Arco do Triunfo. Foi originada no reinado de Luís XIV, tendo também o esboço paisagístico do arquiteto André Le Nôtre, que foi o mesmo arquiteto que desenhou os jardins do Palácio de Versalhes. Atualmente, concentra restaurantes cinemas, casas noturnas e lojas sofisticadas. O metro quadrado é considerado um dos mais caros do mundo.

Caminhei toda a Champs Elysées até alcançar o Arco do Triunfo. Maior orgulho francês e símbolo de patriotismo, foi projetado por Jean Charlgrin e significa o enaltecimento das glórias e conquistas do primeiro império Frances que Napoleão Bonaparte liderava.

Com 49 metros de altura e 44 metros de largura o Arco do Triumfo é um dos pontos principais de Paris. Começou a ser erguido em 1806 sob o comando de Napoleão Bonaparte com o propósito de homenagear a vitória do seu exército. A construção, no entanto, foi concluída somente 30 anos depois, no reinado de Luis Felipe, o último rei da frança. No arco estão gravados centenas de nomes de Generais que comandaram as tropas francesas nas vitórias do líder francês, todos mortos em batalha.

A praça onde está o Arco do Triunfo recebe o nome de Etoile, pois dali partem doze avenidas formando uma estrela, ou etoile, em francês. É possível subir no Arco do Triunfo. Para isso, não tente atravessar a avenida correndo! Utilize o acesso subterrâneo. As visitas podem ser feitas diariamente, exceto feriados, de 10h às 22h30 e o ingresso custa 9,50 euros.


Após apreciar o Arco do Triunfo e a Avenida Champs Elysées, segui pela Av. Kleber em direção à Torre Eiffel. A torre de ferro data do século XIX (foi erguida em 1889) e é o ícone mundial da França. A maior atração turística de Paris conta com 324 metros de altura e mais de 7 mil toneladas. O famoso ponto turístico de Paris foi construído por Gustave Eiffel depois que o governo Frances anunciou uma competição de design arquitetônico para honrar o centenário da Revolução Francesa. Foram mais de 100 participantes. A torre era na época, a estrutura mais alta do mundo construída pelo homem.



Pode-se acessar o majestoso monumento de escada ou elevador para o primeiro e segundo andar e somente de elevador até o topo. Abriga exposições temporárias, restaurantes, correios e lojas, mas o ponto mais alto da visita é a bela visão panorâmica de Paris, que pode ser apreciada em todo o seu esplendor no cume da edificação.
Essa estrutura de aço tem diversas histórias que vão desde suicídios, testes dos primeiros paraquedas, filmagens de James Bond, até uma série de tentativas de vendê-la, feita por um ousado farsante.


Em frente à Torre Eiffel está o Trocadero, construído no pico da colina de Chaillot. Do local fazem parte o Palácio de Chaillot, que abriga diversos museus, jardins, a praça do Trocadero e um grande aquário subterrâneo. A esplanada do Trocadero, chamada Praça das Liberdades e dos Direitos Humanos, presenteia seus visitantes com uma vista panorâmica dos jardins e da Torre Eiffel. É um dos melhores lugares para se apreciar a torre e dela tirar fotos.

No outro lado da Torre Eiffel está o Champ de Mars. A praça foi inaugurada em 1780 e é um dos principais palcos de eventos nacionais e exposições. Cercada por caminhos sinuosos, lagos e até cavernas, trata-se de um tradicional ponto de encontro parisiense.

Da torre, comecei então a fazer o caminho de volta ao Quartier Latin, desta vez, pelo outro lado do Sena. Após caminhar alguns metros, logo cheguei à Ponte Alexandre III. Considerada um dos mais importantes monumentos artísticos de sua época, a ponte foi construída entre 1896 e 1900 e leva o nome do Czar Alexandre III. Ao longo dos 100 anos de existência seu aspecto pouco mudou, exceto pela cor. Atualmente prevalece o tom original que é pérola-acinzentado.





Em frente à Ponte Alexandre III está a Explanada dos Inválidos e logo adiante o Hotel dos Inválidos. O Hôtel National des Invalides, ou Palácio dos Inválidos, é um enorme monumento parisiense, cuja construção foi ordenada por Luís XIV, em 1670, para dar abrigo aos inválidos dos seus exércitos. Hoje em dia, continua acolhendo os inválidos, mas é também uma necrópole militar e sede de vários museus. Entre as personalidades ilustres lá sepultadas encontra-se Napoleão Bonaparte.



Fui novamente para o lado oposto da margem do Sena, pois queria ver ainda a Ópera Nacional de Paris.

Atravessei a Place de La Concorde e seguindo adiante passei pelo Maxim’s, o famoso restaurante frances fundado em 1893, durante a chamada Belle Époque. Fez-me lembrar do filme Midnight In Paris de Woody Allen, no qual há uma cena em que os personagens de Owen Wilson e Marion Cotillard viajam de volta no tempo da Belle Époque e jantam juntos no Maxim’s. Este é um filme divertido e que vale a pena assistir para quem quiser fazer um “passeio” por Paris.

Logo adiante, na mesma rua, está a Igreja de la Madeleine, que se destaca pela arquitetura em forma de templo clássico grego.


Caminhando mais algumas quadras, alcancei a Ópera Nacional de Paris. Instalada na extremidade norte da Avenida da Ópera, no 9º distrito de Paris, o Palácio Garnier, também denominado Ópera Garnier, exibe toda a ostentação da sua história e, é também e, sobretudo, um palco concorrido para representações musicais.

Retornando para as margens do Sena, fui até onde está o Museu D’Orsay. O museu por si só já é uma obra de arte. Foi construído originalmente para abrigar a estação ferroviária Gare d’Orsay. Em 1973, o prédio deixou de servir como estação e, em 1986, passou a abrigar o museu. No acervo, pinturas, esculturas, e fotografias de artistas renomados, como Manet e Renoir.

Passei pelo belo Institut de France já no cair da noite e logo estava de volta ao Quartier Latin e ao meu hotel. De que jeito ? Completamente quebrado de tanto caminhar por Paris!

Dei uma descansada, mas ainda precisava sair para jantar. Como não tinha mais disposição para longas caminhadas, acabei comendo em um McDonalds mesmo próximo ao Hotel de Ville. Na volta, mais uma passada de olhos na Catedral de Notre Dame.


Logo retornei ao hotel, paguei os 2 euros para o banho e, em seguida, caí mortinho no berço.
Caraca Tiburas, T te superando hein! O roteiro da trip t sensacional e o relatrio est timo. Vou guardar pra quando eu tiver a oportunidade de conhecer esses picos usar as dicas.
Grande abrao, Bisotto
Value Bisotto! Obrigado pela mensagem!! Este é o objetivo: viver as grandes aventuras, registrar as experiências e compartilhar com os amigos para que eles também possam vivenciar estes momentos, seja “in loco”, ou seja lendo um relato de viagem!
Não estou conseguindo escrever tanto quanto eu queria pois a trip está sendo intensa e não tenho tido muito tempo, mas em seguida, no retorno, eu vou atualizando o blog!
Forte abraço!