Desembarquei em Lisboa no dia 17 de outubro, por volta das 11 horas da manhã (7 horas no Brasil), após cerca de 11 horas de voo direto desde Porto Alegre, voando com a TAP.
O aeroporto de Portela (Lisboa) é o único que existe na cidade e se encontra a apenas 5 Km do centro.


Para ir até o centro de Lisboa são várias opções. Os táxis não são caros, mas os meios mais em conta são o metro e o ônibus AeroBus. De metro, faz-se necessário realizar uma troca de linha. Eu optei por ir com o AeroBus, que sai do aeroporto a cada 20 minutos, custa 3,50 euros, e com ele, pode-se já ir tendo uma primeira impressão da cidade, pois o mesmo passa por pontos estratégicos da capital portuguesa. Outra vantagem, é que o ticket do AeroBus é válido ainda no transporte público pelo resto do dia.

Desci na parada da Praça do Comércio, que era a mais próxima do meu hostel. Já havia reservado desde o Brasil um quarto no Living Lounge Hostel, localizado na Baixa, bem próxima ao metrô Baixa-Chiado. O Living Lounge mostrou-se um hostel sensacional, com uma ótima vibe, muito bem cuidado e equipado, ótimo café-da-manhã e com um staff muito atencioso. No final deste post, listo ainda outras opções de hospedagem que havia pesquisado para a trip em Lisboa.


Após me instalar, logo saí para fazer um almoço pois estava faminto. Comi em um pequeno café da rua Conceição, recomendado pelo funcionário do hostel, chamado Bela Sintra. Um lugar bem pequeno, mas com pratos deliciosos e baratos. Após repor as energias, parti a explorar a capital portuguesa que, sem dúvida, nos ajuda a compreender um pouco melhor a própria forma de ser do Brasil, tanto nos aspecto arquitetônico, como nos modos.
Lisboa é uma das cidades mais antigas da Europa, de origem pré-romana, com mais de 2 milênios de existência. Possui um rico patrimônio cultural e é uma cidade com muita história para contar. De origem pré-portuguesa, devido à localização estratégica, seu território já assentou povoados de diversas origens, testemunhando a presença árabe, grega, fenícia, romana, sueva e visigótica. A capital portuguesa, além de um destino turístico encantador, rico em história e belas paisagens, é um lugar que parece familiar para qualquer viajante brasileiro, tanto pelo idioma ou pelo passado que nos une intimamente. Assim, não é nada difícil reconhecer um pouco do Brasil costumes dos patrícios da capital, e também nos monumentos e museus, relembrando o nosso passado em comum.
Como a distância entre os principais pontos de interesse é pequena, o melhor a se fazer para conhecer Lisboa é caminhar calmamente pela bela capital portuguesa apreciando cada detalhe. Comecei caminhando pela Baixa lisboeta, mas especificamente pela Rua Augusta, que é inacessível aos carros e apontada como um dos pontos de compras mais divertidos de Lisboa. Por lá é possível encontrar desde flores e castanhas à bijuterias, calçados, malas, bolsas e suvenirs diversos. As ruas paralelas a ela, tem nomes de antigos comércios praticados na região, como Rua dos Sapateiros, da Prata, do Ouro, etc..

Caminhei toda a Rua Augusta, até passar debaixo do Arco da Victoria, chegando na Praça do Comércio (ou Terreiro do Paço como também é conhecida). Às margens do Rio Tejo, esta que é uma das maiores praças de toda a Europa, por séculos foi a antessala de Lisboa para os navegadores. É chamada também de Terreiro do Paço, pois abrigou o Palácio Real lisboeta de 1511 até o terremoto de 1755, que destruiu o edifício e sua biblioteca que contava com mais de 70 mil volumes. A praça marca o início da Rua Augusta, com o Arco da Vitória, que figura como porta de entrada para a Baixa pombalina, estando este decorado com esculturas de personagens históricas como o Marquês de Pombal e Vasco da Gama. Além do Arco, a escultura de Dom José I, rei de Portugal no ano do terremoto, montado em seu cavalo Gentil, é uma das atrações do local.





Da praça do Comércio, segui para o Bairro de Alfama, que é o mais antigo e densamente populado de Lisboa. Alfama concentra grande parte dos monumentos históricos e se caracteriza por seus becos esguios e suas vielas e escadarias sinuosas. A estrutura do bairro permanece conservada quase como a original, pois o local foi um dos que menos sofreu com o terremoto de 1755, que causou grande destruição em Lisboa. Assim, uma simples caminhada pelo bairro rapidamente se transforma em uma viagem ao passado, repleta de atrações imperdíveis, como a Sé Catedral e o Castelo de São Jorge. Além disso, o bairro é também possui o maior número de casas de fado, tradicional ritmo português, que embala as noites dos turistas e moradores.


Logo na entrada de Alfama está a Sé Catedral, erguida no século 12. Trata-se de uma belíssima catedral tida como o principal templo da cidade. Ela é nada menos do que a primeira igreja da cidade, construída a mando de dom Afonso Henriques três anos após a tomada do território dos mouros pelos cruzados da igreja católica. Onde antes havia uma mesquita, ergueu-se a emblemática catedral, que foi parcialmente destruída por 3 terremotos no século 14 e pela catástrofe de 1755. Devido às diversas reformas, hoje a Sé congrega diversos estilos arquitetônicos, como o romântico, o gótico e o barroco. E, em seu interior, encontram-se relíquias de valor inestimável, entre eles a pia onde Santo Antônio foi batizado em 1195 e a arca dos restos mortais de São Vicente.

Da Sé, segui subindo as ruelas de Alfama, até o Largo das Portas do Sol, que proporciona uma vista aérea do bairro Alfama.

Continuando a subir, logo cheguei ao Castelo de São Jorge. Em uma área de 6mil m2 sobre o Rio Tejo, onde já no século 7 a.C. havia um povoado fortificado, o Castelo é tido como um dos monumentos mais emblemáticos da cidade. Ao longo dos anos foi diversas vezes remodelado, testemunhando grandes marcos da história local, como a presença de gregos, fenícios, romanos, visigodos, suevos, mouros e sarracenos, o período áureo do império português, a integração das colônias espanhola e portuguesa e as guerras napoleônicas. Nessa antiga área que chegou a concentrar o poder político e militar da cidade no século 11 – período de Dom Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal -, destacam-se o Castelejo, a Casa do Governador e o Antigo Paço Real, que abrigou reis portugueses até 1511. Devido a sua localização estratégica, dos baluartes é possível contemplar a beleza do Tejo e de Alfama.



A vista que se tem do alto do Castelo de São Jorge, que ocupa majestosamente uma das 7 colinas de Lisboa, é uma didática aula sobre a geografia da capital. Primeiro vem o casario colorido de Alfama, com roupas penduradas nas janelas. O bairro escorre rumo à Baixa, onde estão concentradas as mais bonitas praças da cidade (do Comércio, do Rossio, dos Restaurantes). No fundo fica o Tejo. À frente é o Chiado, que sobe a ladeira com ícones emblemáticos como o Elevador de Santa Justa e o Convento do Carmo. Não dá vontade de sair lá de cima, pois o visual da cidade é de tirar o fôlego.














Saindo do castelo de São Jorge, peguei o Elétrico 28, que é o clássico bondinho lisboeta, amarelo por fora e com o interior forrado de madeira. Com ele pode-se percorrer os bairros históricos da cidade, num verdadeiro city tour (a um preço imbatível). Durante o percurso, ele percorre sacolejando as ladeiras de Alfama, atravessa a Baixa, o Chiado, Santos e chega ao Campo de Ourique.

Desci do Elétrico ainda na Baixa, pois queria conhecer outros dois ícones da cidade: A Praça do Rossio e O Elevador Santa Justa.
A Praça Dom Pedro IV (mais conhecida como Rossio) possui este nome em homenagem a Dom Pedro IV – ou Dom Pedro I para os brasileiros -. No centro da Praça há uma estátua do monarca com quatro mulheres aos seus pés, representando quatro de suas qualidades: sabedoria, justiça, equilíbrio e força. Ponto de encontro de moradores e turistas, é tida como o coração da cidade. Ao seu redor estão o Parlamento e o Teatro Dona Maria II.


A Praça do Rossio ficou marcada também, por um feito que marcou a história de Portugal nas últimas décadas: A Revolução dos Cravos.Esta revolução, refere-se ao movimento que depôs o regime ditatorial salazarista (governo instituído por Antonio de Oliveira Salazar) , vigente desde 1933 , e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático, com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976.
No dia 25 de abril de 1974, oficias de média patente conseguiram organizar a derrubada de Marcelo Caetano, sucessor de Antonio Salazar. A vitória dos oficias rebeldes foi comemorada por toda população portuguesa. E quando na Praça do Rossio passaram os soldados, as floristas, que ainda hoje em dia ocupam um lugar destacado nesta praça, lhes presentearam com os seus cravos e colocaram no canos dos fuzis. Por causa dessa manifestação, o fim da ditadura portuguesa ficou conhecido como a Revolução dos Cravos.
Bem próxima à Praça do Rossio está o Elevador de Santa Justa. Esta estrutura neogótica de ferro forjado foi projetada por um discípulo de Alexandre Gustave Eiffel (o da torre de Paris) e inaugurada em 1902. É um ascensor vertical, que sai da Baixa e sobre 45 metros de altura até chegar ao Largo do Carmo, já no Chiado. Lá em cima, há um mirante de onde se veem Lisboa a seus pés e o Castelo de São Jorge ao fundo.









Deixando o Largo do Carmo, caminhei até o Largo do Chiado, onde está localizado o Café “A Brasileira”, ponto de encontro da intelectualidade lisboeta durante os anos vinte.

Este é um lugar muito importante em Portugal, é um café onde passaram os melhores escritores e artistas do país. Um cliente habitual sempre foi Fernando Pessoa. E Fernando gostava tanto de vir aqui, que ainda segue sendo cliente habitual. Duvida !??!

A estátua de Bronze é obra do Escultor Lagos Henriques e se colocou aqui em 1988 mantendo vivo a recordação das tertúlias que se celebravam nestes cafés. Um tradição que foi proibida durante o período da ditadura de Salazar, mas que na época era muito apreciada e combinava a discussão filosófica com os assuntos mais “mundanos”.
De lá, segui caminhando adentro para o Bairro Alto, um bairro pacato e residencial durante o dia, mas que à noite converte-se no epicentro da noite lisboeta, com opções de diversão para todos os estilos, desde casas de fado à discotecas e pubs. O bairro Alto é considerado uma das melhores noites de toda a Europa, o que pude comprovar alguns dias depois !



Voltei ao Hostel já à noite e, após toda essa gira, só tive forças para tomar um banho, fazer um lanche e dormir.
– Dicas de Hospedagem em Lisboa:
LIVING LOUNGE HOSTEL: http://livingloungehostel.com
TRAVELLER’S HOUSE: http://www.travellershouse.com/th/home.html
GOOD NIGHT HOSTEL: http://goodnighthostel.com
LISBON DREAMS GUEST HOUSE: http://lisbondreamsguesthouse.com
LISBON LOUNGE HOSTEL: http://lisbonloungehostel.com
LISBON POETS HOSTEL: http://lisbonpoetshostel.com
ODISSEO: http://albergoodisseo.com
ROSSIO HOSTEL: http://www.rossiohostel.com/
ALFAMA PATIO: http://alfamapatio.com/hostel
Até agora “Bué Fixe! ou Bué de Fixe” como dizem por aí..
Lisboa é uma cidade muito “gira”, o pá! Boa Trip!
Vê, agora que eu tô entendendo as gírias portuguesas!! hahaha!
Adorei Lisboa! Muito gira!!!
Valeu! Beijão
Adorei seus comentários sobre Lisboa!
Parabéns pela clareza das informações!
Obrigado, Elaine!
Abraço!
Ótimo post! Me deu uma idéia geral do que verei agora em setembro, quando for à Portugal.
Obrigada. Abraços
Marly
Valeu Marly! Abração!
No final de janeiro/15 vou a Lisboa com meu marido e minha filha e reservamos um hotel (Lisbon Serviced Apartaments -Baixa) na Baixa, que fica na Rua da Assunção. Vc achou a região perigosa de noite? Eu li alguns posts de viagens, em que disseram que a região é perigosa, e estou receosa.
Vc foi a Sintra? Também li que o trem pra lá é um dos mais assaltados.
Obgda!
Abç,
Clarissa.
Oi Clarissa, tudo bem !?
Eu achei bem tranquilo lá. Fiquei na Baixa também, na Rua do Crucifixo, andava à noite lá, me locomovia a pé para Alfama e baiiro Alto à noite sem nenhum problema. Vai relax!
Fui a Sintra sim (dá uma olhada neste post: https://blogdotiburon.com/2014/02/02/de-volta-a-portugal/ ), mas fui de carro … mas acho que não tem estresse não … ficando ligado não tem galho … prá quem convive com a insegurança do Brasil, lá é sossegado!
Boa viagem e bom proveito!
Abraço
Muito bom! Estou indo pra Portugal mês que vem, saindo de Poa tb, e pretendo passar uns 10 dias por lá! O blog ajudou bastante! Quero conhecer Lisboa, Porto e Sintra.. Indica mais alguma cidade que não posso deixar de conhecer?
Show Luiza!! Desculpa a demora em responder… correria total !!
E aí, fez a trip já ?! Correu tudo bem ?
Bom, sobre o que conhecer, depende dos interesses de cada pessoa … se tu fosse surfista, te diria para não deixar de ir em Ericeira, Peniche e Nazaré.
Cascais vale a pena também!
Mas como te falei, vai do interesse de cada um …. tem gente que vai a Portugal para ir à Évora, Coimbra, Porto, Fátima…
Espero que tenha curtido a viagem!
Abraço!
Andrei,
O seu blog é mto bom! Parabéns!
Viajo em maio/15, e quero explorar este País de “ponta a ponta”!
Gostei da dica q vc deu sobre o aerobus, é bem + barato do que pegar um taxi,
Abração,
Silvio Oliveira
Valeu Sílvio!
Portugal é muito irado, curti muuuuito lá! Quero voltar também!
Boa sorte na tua trip!
Abração!
Adorei seu blog e vai ser útil na viagem que farei a Portugal brevemente. Vou ficar hospedada no hotel Borges – aquele só lado da pastelaria A Brasileira no Chiado . Estou preocupada que a noite nesse bairro pode ser sinistra, tipo o centro do Rio , onde tudo fecha a noite e as ruas ficam desertas . O que me diz?
Andrei!
Amei seu blog! Eu e meu marido vamos para Portugal no início de outubro e vou aproveitar várias dicas tuas! Também preciso elogiar a forma como escreve e apresenta os locais visitados! É melhor do que muitos sites de turismo! E que fotos!!!! Estou certa em já estar apaixonada pelo país?
gostei do que li-mas queria saber a resposta para Cassia Garret. Viajaremos dia 01/05
OLA ESTOU INDO A LISBOA NO DIA 1 DE OUTUBRO ATE QDO PUDER, ADOREI SUAS DICAS E JA AS MARQUEI NO MEU CADERNO. UM GDE ABRACO E OBRIGADA PELAS DICAS E PGUEI UMAS DICAS NO BLOG DO TIBURON…. ANDRE JOHANN