Trip BsAs – 01/07 – Domingo – San Telmo, La Boca/Caminito e Estádios (Boca Juniors, Racing, Independiente, Vélez Sarsfield, River Plate)

Comecei o domingo caminhando para o tradicional bairro de San Telmo, que por muitos anos foi o bairro aristocrático de Buenos Aires. A situação desta região de BsAs começou a mudar no fim do século 18 quando uma epidemia de febre amarela expulsou os ricos moradores (que partiram para a região norte da cidade, em particular a Recoleta). As residências, abandonadas, foram ocupadas pela população pobre e imigrantes. E os novos donos do pedaço acrescentaram toques culturais africanos e criollos (mestiços de locais e espanhois) àquele ambiente elitista. A região que naquele momento entrou em decadência, começou a ser recuperada na década de 70 ao ser declarada Zona Histórica. Então começaram a surgir no bairro os hotéis-butique, lojas, restaurantes e, claro, albergues e antiquários – as principais marcas locais.

Esta região tradicional também é conhecida por reunir galerias de arte, livrarias, bares e tanguerias. Sua arquitetura remete ao século 19, com ruas de paralelepípedo, casas baixas e pátios com cisternas. As construções de dois séculos atrás tornam possível sentir aquele clima provinciano dos imigrantes que se instalaram aqui após a elite buenairense praticamente abandonar a área durante a epidemia de febre amarela.

Farmacia de la Estrella - A mais antiga farmácia em funcionamento de BsAs
San Telmo – Farmacia de la Estrella – A mais antiga farmácia em funcionamento de BsAs

Deixei para visitar San Telmo no domingo por ser justamente neste dia que ocorre a famosa feira de antiguidades, na Plaza Dorrego, e a zona lota de turistas atrás de quiquilharias, fotos, camisetas e suvenires. A antiga feirinha tomou proporções de atração turística, com quase 300 barracas vendendo de tudo, enquanto artistas de rua apresentam minishows de tango.

San Telmo - Feira de Antiguidades
San Telmo – Feira de Antiguidades
San Telmo - Feira de Antiguidades
San Telmo – Feira de Antiguidades, na Calle Defensa
San Telmo - Feira de Antiguidades, na Calle Defensa
San Telmo – Feira de Antiguidades, na Calle Defensa
San Telmo - Parrilla Desnivel
San Telmo – Parrilla Desnivel
San Telmo
San Telmo
San Telmo
San Telmo
San Telmo - Tango na Plaza Dorrego
San Telmo – Tango na Plaza Dorrego
San Telmo - Plaza Dorrego
San Telmo – Plaza Dorrego
San Telmo - Plaza Dorrego
San Telmo – Plaza Dorrego
San Telmo - Plaza Dorrego
San Telmo – Plaza Dorrego

Em San Telmo, quem também está sempre por ali, não importa a hora, é a estatua da Mafalda, famosa personagem do cartunista Quino. Entre as calles Chile e Defensa, ela está sempre pronta para fotos – e a ponto de fazer suas sempre inteligentes indagações.

Trocando uma ideia com a Mafalda
Trocando uma ideia com a Mafalda em San Telmo

De San Telmo, peguei um táxi e pedi que me deixasse no Caminito, no Bairro La Boca. Adentrando ao bairro, o taxista, que era muito gente fina, me chamou a atenção para algo peculiar da área … a maioria das calçada e das casas eram construídas a mais de um metro de altura em relação ao nível das ruas. Realmente parecia bastante estranho, pois os carros quando estacionavam nas ruas, os caroneiros não tinham como sair pela sua porta, tendo que sair pelo lado do motorista, uma vez que a calçada era praticamente um muro ao lado dos carros. O taxista então explicou, que os moradores começaram a elevar as calçadas e as casas por causa de um fenômeno natural que costumava ocorrer na área.. Quando ocorriam as “sudestadas” no Rio da Plata (fortes correntes e ventos de sudeste), o mesmo elevava-se de nível e impedia que o Rio Riachuelo desaguasse nele. Por fim, o Rio Riachuelo acabava transbordando e alagando todo o bairro. Devido a isto também os torcedores do Boca Juniors são chamados “carinhosamente” de “bosteros” pois as casas do bairro eram invadidas não só pelas águas do Riachuelo, mas também pelas bostas de cavalo que as águas do rio espalhava … Hoje em dia, este problema não ocorre mais no bairro, devido a obras de contenção que foram realizadas nas margens do Riachuelo e Rio da Plata.

Nenhum outro bairro conta tão bem a história marginal de Buenos Aires como La Boca, construída nos arredores do porto de mesmo nome, às margens do Rio Riachuelo. Entre 1880 e 1930, os imigrantes genoveses (ou xeneizes, como também são chamados hoje os torcedores do Boca Juniors) que desembarcaram ali começaram a construir a identidade da região. Por causa do terreno alagadiço, as casas foram erguidas com madeira e zinco, e pintadas com restos de tintas dos navios, já que os proletários não tinham dinheiro para quase nada – o casario multicolorido ainda é uma das marcas da arquitetura local. La Boca parecia fadada ao estereótipo das áreas portuárias: trabalhadores amontoados em cortiços, becos escuros e casas de prostituição. Mas a profusão de bares deu origem a uma cena boêmia – o ambiente lascivo e melancólico faria nascer, no final do século 19, o tango, expressão maior do sentimento argentino. Um pouco depois, já nos anos 20, artistas plásticos como Alfredo Lazzari, Juan Del Prete, José Luiz Menghi e Miguel Carlos Victoria mudaram-se para o bairro, transformando-o definitivamente num reduto de artes. E, na década de 50, o pintor boquense Benito Quinquela Martin liderou a revitalização de uma viela de 100m, área onde havia uma linha de trem abandonado, que foi rebatizada como Caminito, inspirado no tango composto pelo boquense Juan de Dios Filiberto em 1926.

Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito

A uma quadra do Caminito está a Calle Garibaldi. Dividida por trilhos esta rua é conhecida por suas casas com cores fortes e construídas com chapas de metal e madeira. Ficou famosa por ter sido o último reduto e local de captura do tenente coronel da SS de Hitler, Adolf Eichmann, em 1960.

Calle Garibaldi
Calle Garibaldi
Calle Garibaldi
Calle Garibaldi
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Caminito
Tango no Caminito
Tango no Caminito
Tango no Caminito
Tango no Caminito
Tango no Caminito
Tango no Caminito
Calle Garibaldi
Calle Garibaldi
Tango no Caminito
Tango no Caminito
Tango no Caminito
Tango no Caminito
La Boca - Rio Riachuelo
La Boca – Rio Riachuelo

Caminhando mais algumas quadras do Caminito cheguei a mítica La Bombonera, o estádio do Boca Junior. Construído em 1940 o estádio é conhecido como La Bombonera devido ao seu formato semelhante a uma caixa de bombons. Com capacidade para 52 mil pessoas, é uma visita indispensável para quem gosta de futebol. A ideia original do engenheiro José Luis Delpini era erguer um estádio com o dobro da capacidade da que tem o atual. Mas a construção, que iria ultrapassar a Calle Dr. Enrique Del Valle Iberlucea, não foi aprovada pela prefeitura. A falta de espaço obrigou o projeto a crescer para cima: foram concebidos os três anéis de arquibancadas.

La Boca - La Bombonera
La Boca – La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera

Visitei o Museo de La Pasión Boquense que está debaixo das arquibancadas da Bombonera. Uniformes de várias épocas, troféus – inclusive o da Libertadores, com seis conquistas gravadas – e monitores de TV contam a história do time mais popular da Argentina. Tem um mini cinema em formato de bola de futebol e roda um filme em 360 graus, sob a perspectiva de um jogador.

Museo de La Pasión Boquense
Museo de La Pasión Boquense
Museo de La Pasión Boquense
Museo de La Pasión Boquense – Estátua do Maradona
Museo de La Pasión Boquense
Museo de La Pasión Boquense
Museo de La Pasión Boquense
Museo de La Pasión Boquense

Depois da visita ao museu, entrei na cancha, na arquibancada detrás de um dos gols. A distância entre os jogadores e a plateia é realmente mínima, as arquibancadas são muito próxima do campo … as traves das goleiras devem ter menos de 2m de distancia das grades de proteção e a bandeirinha de escanteio deve ter no máximo 1 metro.

La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera
La Bombonera

Fora dos pontos turísticos, no entanto, o clima mal-encarado da antiga La Boca ainda se mantém, o bairro é realmente meio sinistro …

Depois da Bombonera, peguei outro taxi e pedi que me levasse aos estádios do Independiente e do Racing, que ficam em Avellaneda e estão praticamente um ao lado do outro. Se La Boca já é bem sinistro, Avellaneda então nem se fala … até o taxista estava meio espiado ..a cada esquina ele parava, andava devagarinho, dava uma olhada e seguia … os dois estádios são de grande capacidade também, mas são uns chiqueirão … meio inacabados, as calçadas ao redor são de chão batido, muros pichados … clima pesado …

Avellaneda - Racing Club
Avellaneda – Racing Club
Avellaneda - Estádio do Racing
Avellaneda – Estádio do Racing
Avellaneda - Independiente
Avellaneda – Independiente
Avellaneda - Estádio do Independiente
Avellaneda – Estádio do Independiente

De Avellaneda fui para Liniers, conhecer o estádio do Velez Sarsfield. Este sim, um estádio muito bonito, com uma baita infra. O taxista, que era um figuraça, torcedor fanático do Gimnasia y Esgrima de La Plata, ia me explicando tudo sobre cada time argentino. Segundo ele, o Velez é o clube mais completo do país, investindo em diversos esportes além do futebol, tendo diversos atletas participando de competições e jogos olímpicos. De acordo com ele também, o Velez é o time melhor administrado, com os dirigentes menos corruptos.

Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield
Vélez Sarsfield

De lá atravessamos a cidade até Nuñez onde fica o Estádio do River Plate, o Monumental de Nuñez, este o maior estádio do país.

River Plate - Estádio Monumental de Nuñez
River Plate – Estádio Monumental de Nuñez
River Plate - Estádio Monumental de Nuñez
River Plate – Estádio Monumental de Nuñez
River Plate - Estádio Monumental de Nuñez
River Plate – Estádio Monumental de Nuñez
River Plate - Estádio Monumental de Nuñez
River Plate – Estádio Monumental de Nuñez
River Plate - Estádio Monumental de Nuñez
River Plate – Estádio Monumental de Nuñez

De Nuñez, voltei para o centro e já no final da tarde fui dar mais uma passeada em Puerto Madero, onde fiquei até o anoitecer.

Plaza de Mayo / Cathedral de BsAs
Plaza de Mayo / Cathedral de BsAs
Plaza de Mayo - Local de manifestações dos argentinos
Plaza de Mayo – Local de manifestações dos argentinos

Mais tarde, jantei em outra pizzaria tradicional de Buenos Aires, a Pizzeria Guerrin, na Calle Corriente.

Pizzeria Guerrin
Pizzeria Guerrin

A Pizzeria Guerrin, fundada em 1932, foi declarada Patrimônio da Cidade de Buenos Aires. E que pizza boa !!!


Um comentário sobre “Trip BsAs – 01/07 – Domingo – San Telmo, La Boca/Caminito e Estádios (Boca Juniors, Racing, Independiente, Vélez Sarsfield, River Plate)

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s