Chegamos em Los Angeles na noite de 15/Março, após 12 dias surfando o Hawaii. Desembarcamos no LAX (Aeroporto Internacional) por volta das 9 da noite, depois de cerca de 5 horas de viagem desde Honolulu. O aeroporto de LA é enorme, sendo o quinto aeroporto mais movimentado do mundo. Recuperamos nossas malas e pranchas e seguimos para o escritório da Alamo para retirarmos o nosso carro. Ao ver o tamanho dos nossos packs, a funcionária da Alamo nos ofereceu um upgrade de categoria sem encargos adicionais, para pegarmos um carro maior, já que estávamos com muita bagagem e eles tinham carros sobrando no pátio. Saímos de lá com exatamente o mesmo carro que estávamos no Hawaii, um Hyundai Accent. Fomos então, direto do aeroporto de Los Angeles para Huntington Beach, onde passamos a primeira noite na Califórnia.

A Califórnia é o estado mais populoso dos EUA e o terceiro em superfície, atrás apenas do Alasca e do Texas. Os espanhóis foram o primeiro povo a explorar e colonizar esta área, e, após a independência mexicana, o estado tornou-se parte do México. Os norte-americanos anexaram a Califórnia na década de 1850, após uma guerra com o México.

A Califórnia é um lugar que respira esporte, música e artes, além de ser famosa por suas belezas naturais e pelo alto astral. Desde os anos 30 que se surfa na Califórnia e a variedade de ondas que se encontra na costa deste estado é enorme, podendo quebrar desde 3 até 45 pés, com características para todos os gostos e níveis de surfe, podendo ser ondas curtas, longas, tubulares, gordas, etc…

Chegamos em Huntington quase à meia-noite, fizemos o check-in no hotel que havíamos reservado e saímos para jantar, já que não comíamos “comida de verdade” desde a manhã, ainda no Hawaii. Como havia um delivery de pizza 24 horas bem ao lado do nosso hotel, decidimos pegar uma pizza ali e comer no quarto mesmo, pois não queríamos perder tempo, para dormir logo e acordar cedo para surfar na manhã seguinte.
Huntington Beach possui cerca 15 km de praias e um clima ameno, sendo que as excelentes condições de surfe, bem como uma forte cultura de praia, são os elementos que fizeram com que ela ficasse conhecida com a surf-city dos Estados Unidos.
É em Huntington Beach que é realizado anualmente o U.S. Open of Surfing, uma das maiores e mais tradicionais competições de surfe do mundo.







O pier de Huntington, as areias brancas e o calçadão à beira-mar o criam o cenário perfeito para a prática de atividades ao ar livre, como surfar, jogar vôlei no píer, andar de bicicleta e skate pela costa, ou simplesmente passear pela Main Street.

















Em Huntington há também inúmeras surf-shops onde é possível encontrar todo tipo de equipamento imaginável para a prática do surfe, com preços bem atraentes.


Há também em Huntington Beach a Surfing Walk Of Fame, uma espécie de calçada da fama do mundo do surfe. Neste local as maiores personalidades do surf mundial deixaram no cimento as marcas de suas mãos e pés, ao lado de uma estátua do fundador do Surf Moderno, o havaiano Duke Kahanamoku, uma das lendas do esporte.



Após darmos o “rolê de reconhecimento” na cidade, pegamos nossas pranchas e fomos fazer uma sessão de surfe no lado sul do famoso pier de Huntington.



À tarde fomos conhecer Newport, cidade logo ao sul de Huntington, que possui um bonito harbor, e é o local onde fica o famoso pico “The Wedge”. Quando tem swell de sul com tamanho e direção corretas, The Wedge pode produzir ondas de até 30 pés de altura. A onda se forma ao lado do molhe de entrada do harbor de Newport, e devido ao forte backwash que ocorre no local, é uma onda de grande imprevisíbilidade em relação à forma e à altura, e por conseguinte, bastante excitante, bem como muito perigosa.




Dormimos mais uma noite em Huntington e no dia seguinte, nos mandamos para San Clemente para surfar Trestels. Chegamos no Hotel Miramar, onde já tínhamos uma reserva, fizemos o check-in e, logo em seguida, fomos conhecer a desejada onda de Trestels.

Para chegar em Trestels é preciso um certo estudo do caminho, porque não é assim tão trivial. Trestels fica em uma área de reserva, por isto não há como chegar de carro até perto da praia. Há uma área de estacionamento específica para atender a galera que vai de carro para surfar em Trestels, que fica do outro lado da Highway, na antiga Pacific Road, chamada também de El Camino Real. A galera deixa o carro lá, atravessa o viaduto sobre a Highway, e segue à esquerda por um caminho de pedestres que leva até a famosa placa que mostra a localização e explica as características cada um dos picos de surfe de Trestels. Neste ponto, dobra-se à direita e segue até a linha do trem que segue paralela à beira da praia. Passa-se por debaixo destes trilhos (que são elevados neste trecho) e enfim chega-se à Uppers Trestels.












Trestles recebe um punhado de competições de surf profissional, incluindo o evento Boost Mobile, que é uma das etapas anuais do campeonato mundial de surfe, além de eventos do WQS e outros, e é considerada uma das melhores ondas dos Estados Unidos.
O local é composto de uma série de point breaks com opções de surfe para quase todos os níveis de experiência. O fundo de pedras redondas proporciona direitas e esquerdas incríveis, com destaque para as rápidas e longas direitas.
Apesar de este ser o dia que, segundo as previsões, o mar estaria com o maior tamanho e melhor condição, as ondas estava pequenas. Mas perfeitinhas. Descemos então caminhando até Middles, mas decidimos voltar e surfar em Lowers, que era onde tinha a melhor vala. A maré estava bem seca e me arrependi de não ter ido de botinha, porque tinha que caminhar um bom percurso sobre as pedras até conseguir remar deitado na prancha.





Ficamos surfando por bastante tempo em Trestles. Se as ondas não estavam “aquele” clássico, ao menos tinha pouca crowd neste dia e deu para surfar várias.
Regressamos então até nosso carro e decidimos dar uma conferida nas lojas da Rip Curl que existem bem próximas ao estacionamento de Trestels. A que está mais perto, fica a menos de 100 metros, e é um Rip Curl Surf Center (3011, El Camino Real), que tem todos os últimos lançamentos da Rip Curl. É uma loja bem completa, onde pode se encontrar praticamente toda a linha da marca. Porém não é tão barata. Mas andando mais uns 800 metros pela Camino Real, chega-se ao Outlet da Rip Curl (3801, El Camino Real), esta sim, uma loja que está cheia de pechinchas. Para cá, vem tudo o que não teve saída nas lojas das coleções passadas da marca, então, dá para encontrar muita coisa boa por um precinho bem camarada.


Voltamos para o hotel, tomamos um banho, e já no final da tarde fomos dar um rolê no pier e também no centrinho de San Clemente, onde aproveitamos para fazer um almoço/janta.







Um detalhe interessante na Califórnia, é que existe uma linha de trem de passageiros que costeia quase todo o litoral sul e central deste estado. A Pacific Surfliner Train Route, cobre 560 Km da costa californiana, entre San Diego e San Luis Obispo. Muitos californianos utilizam esta linha para ir surfar em outros picos além do seu “quintal de casa”. Existe, inclusive, um filme do Timmy Curran, chamado “The Union Express“, em que ele faz uma trip pela costa da Califa com mais alguns amigos viajando nesta linha de trem e parando em determinados pontos para surfar vários picos por onde a linha passa. Vale a pena assistir!


Ao anoitecer, jantamos uma massa excelente em uma tratoria italiana que encontramos passeando pelo centrinho de San Clemente, chamada Italian Cravings. Em seguida, compramos alguns mantimentos no Ralphs (maior cadeia de supermercados do sul da Califórnia) e regressamos para o hotel.
Na manhã seguinte, continuamos descendo a costa californiana, rumo a San Diego.
Em Oceanside começa o Condado de San Diego, uma das melhores partes do litoral da Califórnia para se surfar, com uma infinidade de praias com ótimas condições de surfe, uma após a outra. O píer de Ocean Side garante um bom fundo para as ondas quebrarem com excelente formação e próximo dali há também “beach-breaks” de alta qualidade.










O mar estava muito bom e decidimos aproveitar para fazer uma sessão de surfe no pier de Ocean Side.


Na sequencia, seguindo em direção sul, passamos por Carlsbad, que também tem bons picos de surfe, e logo chegamos a Encinitas, onde ficaríamos hospedados pelo período em que permaneceríamos em San Diego. Fizemos o check-in no Hotel Days-Inn e fomos conhecer os principais picos da região, Swami’s e Cardiff-by-the-Sea.





Swami’s é considerada uma das ondas mais perfeita de toda a região de San Diego, suportando grandes ondulações. Mais ao sul, fica a laje de Cardiff-by-the-Sea, onde há ondas excelentes, mas que quebram a uma distância razoável da praia.


Resolvemos seguir na direção sul para conhecer Black’s, que é considerada por muitos, o melhor picos de surfe de San Diego e também para visitar La Jolla, uma das praias mais bonitas da região. No caminho até lá, passamos por outras excelentes praias, como Solana Beach e Del Mar.
A onda de Black’s (também chamada de Blackies) fica em frente ao cliff de Torrey Pines. Também conhecida como “Torrey Pines City Beach”, trata-se de um famoso beack-break de grande qualidade, uma onda reconhecida pela sua consistência e pressão. Geralmente é o local que quebra com maior tamanho em toda a área de San Diego. Blacks segura grandes ondulações, mas nestes dias costuma contar com uma corrente severa. É também uma área de nudismo e há alguns malucos que ficam pelados até para surfar! 😀
Neste dia, as ondas não estavam grandes coisas em Blacks, e como já estávamos cansados do surfe em Ocean Side, decidimos seguir adiante.











De Blacks, fomos para La Jolla, local que junta uma paisagem natural exuberante, composta de falésias, rochedos e arrecifes, com a diversidade urbana de lojas e comércio variado, restaurantes e casas espetaculares de frente para o mar. É uma área frequentada por ricos e famosos, repleta de lojas de grife e galerias de arte, sendo um dos m² mais caros dos EUA.
Uma das principais atrações do local é a La Jolla Cove, considerada um parque marinho sub aquático, um ótimo lugar para mergulho e área onde se aglomeram também centenas de leões marinhos bem simpáticos e engraçados.
A beira do cliff há um parque com uma extensa área gramada e bonitas palmeiras, onde as pessoas relaxam, fazem pique-niques e ficam apreciando a natureza.
Ficamos em La Jolla até o final da tarde e curtimos um verdadeiro espetáculo do sol se pondo no Oceano Pacífico.







Após o anoitecer passeamos de carro no centro de San Diego e seguimos até Coronado, que é uma ilha do lado oposto de downtown, e um dos melhores locais para apreciar e fotografar o panorama do centro da cidade.





Metade do Coronado são terras militares, mas a outra metade é pública e muito luxuosa. Coronado é ligado à terra principal por uma pequena faixa de praia conhecida como a Silver Strand. Seguimos por ela até Imperial Beach, quase já na fronteira com o México. Chegando lá, decidimos que era hora de retornar ou iríamos acabar em Tijuana! 😀
Voltamos a Encinitas e procurávamos algum local para jantar. Mas já eram quase 10 da noite e só achávamos fast-foods abertos. Quando saímos do Hawaii, prometemos para nós mesmos que faríamos de todo o possível para mantermos-nos longe dos “podrões” (nosso apelido para os fast-foods), mas parecia que nesta noite não teríamos escapatória. Só encontrávamos McDonalds, KFCs e BurgerKings da vida aberto. Foi então que um de nós falou: “Cara, se é para comer um podrão, vamos experimentar aquele que tem na própria área de estacionamento do nosso hotel, o Denny’s”. Voltamos então para o nosso hotel, estacionamos o carro, deixamos nossos apetrechos no quarto e fomos até a loja do Denny’s, ao lado do Days Inn. Estranhamos já ao entrar, pois por dentro não tinha cara de fast-food e sim de restaurante. Quando pegamos o cardápio para analisar as opções, quase não acreditamos: o lugar servia “comida de verdade”!! Foi a salvação. Descobrimos então que o Denny’s é uma rede de restaurantes 24 horas, que é fast, mas que a food não se restringia a hamburgeres e fritas, havendo inúmeras opções de pratos de comidas excelentes, com carnes, massas, arroz, comida integral e até sopa.
Tomamos uma canja maravilhosa e comemos um prato delicioso com carne, purê e arroz. Pronto, já tínhamos o antídoto anti-podrão na Califórnia, o Denny’s!! E dormimos com a consciência tranquila por não ter quebrado o nosso pacto anti-podrão! 😀
No dia seguinte, o mar havia baixado muito e estava sem onda em praticamente todos os locais. Aproveitamos o dia então para fazer mais alguns passeios por San Diego e também para dar uma descansada.






Neste dia fomos conhecer Pacific Beach, uma das praias preferidas dos estudantes e jovens adultos que estão vivendo o sonho de morar na Califórnia. A praia, com seu imenso calçadão e ótimos bares, tem sempre muitas pessoas andando de skate, patins ou simplesmente caminhando. Em Pacific Beach é possível ficar hospedado nas cabanas sobre o pier da praia (custa entre 230 a 360 dólares). Além da extravagancia de dormir sobre o mar, eles possuem uma das melhores vistas de San Diego.








Como a previsão das ondas estava apontando para um longo período de flat para os próximos dias, decidimos que passaríamos apenas mais esta noite em San Diego e na manhã seguinte pegaríamos a estrada para fazer a Pacific Coast Highway até San Francisco, considerada um dos “scenic drive” mais belos de todo o mundo.

Em breve escrevo contado esta aventura.
Abração!
Olá! Parabéns pelo blog! Acompanho direto. Tenho 1 pergunta: sobre Trestles, o cara faz a trilha até o pico, veste o long john e deixa a mochila na chão? Ninguém rouba?
Abraços,
Leonardo
Ninguém mexe.