Dia 7 de março amanheceu com bastante vento e mar mexido no North Shore. Decidimos então aproveitar a manhã para conhecer Pearl Harbor, uma das mais populares atrações aos visitantes no Hawaii, e onde se encontram uma série de memoriais e museus.


Pearl Harbor é uma base naval dos Estados Unidos e o quartel-general da frota norte-americana do Pacífico, bem perto de Honolulu. Antes de ser utilizado como base militar pela marinha norte-americana, Pearl Harbor era uma baía pouco profunda chamada pelos havaianos de Wai Momi, o que significa “águas perolizadas” no idioma nativo. Pearl Harbor era então considerado uma residência da deusa-tubarão Ka’ahupahau e do seu irmão Kahi’uka. O local era utilizado principalmente para a produção de ostras e pérolas até o fim do século XIX.





Em 1887 o senado dos Estados Unidos autorizou a Marinha a alugar Pearl Harbor como base naval. Em troca, os Havaianos obtiveram o direito exclusivo de exportar açúcar aos Estados Unidos sem taxas alfandegárias. Entretanto, a Guerra hispano-americana de 1889 e a necessidade dos Estados Unidos de manter uma presença permanente no Oceano Pacífico conduziram ao que redundou no anexo do Havaí pelos Estados unidos.
Este local, acabou por tornar-se mundialmente conhecido e fundamental para a história da Segunda Guerra Mundial, devido ao ataque japonês ocorrido neste local em 7 de dezembro de 1941. O episódio do ataque à Pearl Harbor foi uma operação surpresa do exército japonês, que deixou as tropas estadunidenses inoperantes no Pacífico. O ataque resultou ainda na entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
A base estadunidense de Pearl Harbor, era um importante ponto para a estratégia militar dos Estados Unidos e do que viria a ser mais tarde os Aliados. No correr do processo de expansão do Japão pelos territórios da Ásia, seria um grande problema caso os Estados Unidos entrassem na guerra e passassem a combater os japoneses. A ocorrência de tal situação atrasaria ou mesmo impossibilitaria os planos do Império Nipônico. Deste modo, o exército japonês, elaborou um ataque surpresa à base estadunidense visando neutralizar a ação do exército e da marinha dos Estados Unidos no Oceano Pacífico.
Na manhã do dia 7 de dezembro de 1941, a Marinha Imperial Japonesa atacou a ilha no Havaí onde estavam muitos militares estadunidenses. Naquela manhã, os aviões dos japoneses passaram pelo radar, que havia sido instalado no dia anterior, confundidos com aviões do exército dos Estados Unidos. Alguns aviões estadunidenses foram abatidos no caminho pelos japoneses, que conseguiram alcançar o coração da base para o grande ataque.
Eram 353 aviões japoneses e mais cinco submarinos. Os aviões atacaram em duas frentes, a primeira, formada por 186 torpedeiros-bombardeiros, aproveitou a surpresa do ataque para bombardear os navios no porto; já a segunda frente, formada por 168 aviões, atacou a base aérea naval e marinha no centro de Pearl Harbor.
O saldo do ataque foi cruel para os Estados Unidos, 11 navios e 188 aviões foram destruídos, deixando 2403 militares e 68 civis mortos. Além disso, mais 159 aviões ficaram seriamente danificados e 1178 pessoas feridas.
O Ataque Japonês à Pearl Harbor determinou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e deu início à Guerra no Pacífico. Em 1941, os Estados Unidos declararam guerra ao Japão e, logo em seguida, a Alemanha declarou guerra aos Estados Unidos. Assim, os Estados Unidos intensificaram suas ações militares e desenvolveram uma economia de guerra no país. Como no dia do ataque os porta-aviões da frota do Pacífico não estavam no porto, ficaram ilesos, assim como o depósito de combustível e as oficinas de reparo que foram poupadas. Isso permitiu que a marinha tivesse sua frota recuperada em um ano.
Atualmente grande parte da base naval é considerada como um ponto de interesse histórico, com diversos museus e galerias, sendo que também foi instalado um memorial sobre os destroços remanescentes do navio USS Arizona.









O USS Arizona Memorial demarca o antigo ancoradouro do navio USS Arizona, afundado pelas tropas japonesas, e serve também como cemitério para as 1.102 vítimas do ataque a Pearl Harbor. Nesse memorial, há uma passarela com chão transparente que permite aos visitantes a visualização de diversos pontos da embarcação. Também é possível notar que mesmo sete décadas após o ataque, o óleo armazenado nos tanques do navio continua fluindo até a superfície, deixando uma leve mancha sobre a água.















Em 2001, foi lançado o filme Pearl Harbor, uma mega-produção que relata o ataque japonês a base militar norte-americana, e que obteve 4 indicações ao Oscar. O filme foi lançado no Memorial Day de 2001, feriado norte-americano para lembrar aqueles que morreram em serviço militar por seu país.
Partindo de Pearl Harbour, aproveitamos para dar uma passada na Best Buy de Aiea, (cidade próxima à Honolulu). A Best Buy é a melhor e maior loja de eletrônicos e eletrodomésticos dos Estados Unidos. Sem dúvida, um dos melhores locais para comprar produtos eletrônicos, com muita variedade, qualidade e bons preços.



Saímos da BestBuy debaixo de chuva e um pouco mais pobres. Regressamos então ao North Shore e fomos para Haleiwa. No final de tarde o mar já estava com outra cara e bem maior. Desfrutamos de Haleiwa até o anoitecer e depois ainda aproveitamos para fazer umas comprinhas na emblemática surf-shop Surf & Sea, uma das mais antigas e tradicionais surf-shops do mundo todo.




No dia seguinte, o mar estava gigante no North Shore. Baías fechadas e praias tomadas pelo espumeiro das ondas. Decidimos então surfar no lado oeste da ilha, que costuma quebrar altas ondas quando o Norte Shore está grande. Antes de ir para o Oeste, entretanto, passamos por Haleiwa, Mokuleia, e fomos até o ponto mais oeste do North Shore para conhecermos este recanto da ilha que ainda não havíamos visitado, onde encontra-se a Reserva de Kaena Point. Não há como contornar esta “esquina” do North Shore para o lado oeste da ilha, pois a estrada é terrível. Nela transitam apenas caminonetões gigantes com aquelas suspensões adaptadas.













Seguimos então contornando a Waiane Mountain até chegarmos ao West Side. Dito e feito, altas ondas em vários picos na costa oeste.


Seguimos até Makaha, o epicentro do surfe no lado oeste. O mar estava clássico e muito grande, rolando inclusive tow-in. A onda de Makaha tem um drop horripilante e é uma direita muito longa, que vem rodando desde o outside até um bowl insano no inside. Fizemos uma intensa sessão de surfe em Makaha, saindo do mar completamente extenuados.






Depois de surfar Makaha, continuamos subindo a costa oeste em direção norte, passando por Yokohama Beach (a Pipeline do West Side), até alcançarmos Kaena Point, agora por este lado da ilha. Em todos os locais rolando ondas incríveis, com ótimos tubos “a la Backdoor” em Kaena Point.






No retorno do West Side para o North Shore, aproveitamos para visitar o Waikele Premium Outlets, em Waipahu, o único outlet do Hawaii. O local é a principal opção de compras na ilha, uma ótima oportunidade para encontrar roupas e calçados de reconhecidas marcas a bons preços. São 50 lojas das mais variadas marcas e estilos, mas todas com excelentes preços. As lojas do outlet vendem muitos produtos de coleções passadas com descontos que podem chegar a 70%. Todos os produtos são novos e estão em perfeito estado. Tudo que não vende nas lojas convencionais são enviados para as lojas de outlets. Há determinadas lojas que, mesmo com desconto, ainda são caras. Isso não quer dizer que o produto esteja com preço cheio, pelo contrário. É que as marcas de luxo não podem desvalorizar tanto assim seus produtos. Mas, no geral, tudo é barato.
Dentre as lojas existentes no Waikele Outlet, estão: Banana Republic Factory Store, Barneys New York, Armani Exchange, J.Crew, Kenneth Cole, Levi’s Outlet Store, Michael Kors, Crocs, Polo Ralph Lauren, Saks Fifth Avenue Off 5th, Tommy Hilfiger, Hurley, Adidas, 2b Bebe, Izod, Calvin Klein, Vans, Guess Factory Store, Converse, Carter’s entre outras.


O dia 9 de março brindou o North Shore com excelentes condições e ondas pesadíssimas. A direção do swell estava perfeitamente encaixada nas bancadas, o vento soprando de terral e vários picos quebrando de gala. Sunset, uma das ondas mais desafiadoras do North Shore, proporcionava verdadeiras bombas de água.















Fizemos um surfe espetacular em Freddyland/V-Land. Já me sentindo bem confiante após estes dias surfando no Hawaii, nesta manhã ainda arrisquei remar até Phantons, que é um outer reef localizado no outside de Freddyland/V-Land, para pegar algumas ondas grandes.






Ao meio-dia, fizemos um rango na Ted’s Bakery, que é uma padaria do North Shore (entre V-Land e Sunset) que serve também uns pratos de comida. Comemos um “podrão” lá e depois fomos apreciar o surfe em Pipeline/Backdoor, que estava “daquele jeito”!


















De Pipeline seguimos para Haleiwa para fazer outra sessão de surfe lá. Antes fizemos uma parada em Laniakea.


O mar estava clássico também em Haleiwa neste dia, e fizemos à tarde uma sessão de surfe maravilhosa, nesta onda que é a primeira das três etapas da “Tríplice Coroa“, o mais importante campeonato de surfe do Hawaii.
Haleiwa é muitas vezes uma das ondas mais difíceis de surfar no North Shore. Olhando da praia, as direitas em formato perfeito são enganosamente convidativas, mas dentro d’água, a história é totalmente diferente. Quando está funcionando, Haleiwa pode produzir algumas das ondas mais performáticas do North Shore. O reef é muito raso e a onda é super rápida. Adicionalmente, a forte corrente que atravessa o pico, faz com que seja necessária uma remada constante para manter a posição.









No dia seguinte, pela manhã, parti para fazer o meu primeiro surfe em Pipeline, que é sem sobra de dúvida, a onda mais famosa do mundo. As potentes ondas de Banzai Pipeline quebram sobre um afiado reef, não mais que a alguns pés de profundidade e a apenas alguns metros da beira da praia. Os enormes tubos que quebram em Pipe, fazem deste um dos mais perigosos picos de surfe em todo o mundo. Neste local ocorre a terceira etapa da Tríplice Coroa Hawaiana (Triple Crown of Surfing).
Apesar de Pipe neste dia estar funcionando com tubos tanto para Pipeline quanto para o Backdoor, estava menor que nos dias anteriores e o swell estava bem alinhado na bancado, quebrando a onda sempre no mesmo pico, o que me fez parecer mais “manageable”. Porém é aquela história, de fora da água é uma coisa, lá dentro é sempre bem diferente.
A crowd no pico é pesada e também qualificada, além do que, a disputa é intensa. Muitas vezes tu está remando para a onda e se vê se batendo com outros que estão remando no teu lado. Outras vezes é neguinho puxando o teu leash. O drop é muito rápido e tem que ter atenção para ver se não vai rabiar ninguém, ao mesmo tempo que é preciso atitude para “botar prá baixo” sem hesitar. Para ser sincero, não me dei bem em Pipe, ainda por cima tomei um belo cachotão e saí com o pé lanhado no coral.









Nesta manhã, fizemos ainda um surfe em Sunset, para fechar a Tríplice Coroa! 🙂
Sunset recebe a segunda etapa da Tríplice Coroa (Vans Triple Crown of Surfing), e este é um dos maiores eventos do surf mundial, devido à reputação deste local e a qualidade das ondas que aqui rompem.
Sunset Beach é um nome romântico dado a esta área na década de 20 por um agente imobiliário que se deu conta que este era um dos melhores locais de Oahu para assistir os últimos raios de sol, que no final do dia vagarosamente deixam o horizonte.
O nome original deste trecho de praia é “Paumalu”. Reza a lenda que o nome conta a história de uma mulher que era conhecida por sua capacidade de capturar polvos. Solicitada por um chief para ir a este reef particular no North Shore, ela encontrou na praia um velho homem. Ele disse a ela que havia um limite de capturas neste reef, e que ela não devia ultrapassá-lo. A mulher concordou, mas uma vez na água, ela ignorou o aviso. De repente, um grande tubarão apareceu e atacou-a, arrancando suas duas pernas. Mais tarde, quando o seu corpo foi examinado, o povo viu as marcas deixadas pelos dentes do tubarão. Eles sabiam que ela havia sido punida pelo “guardião do reef”. Após o incidente, a área foi denominada “Paumalu” que no idioma hawaiano significa “pega de surpresa”.
Independentemente do nome, Sunset é uma das ondas mais desafiadoras do mundo. A onda quebra em um outter reef, e se tratam de montanhas íngremes de água, que chegam a atingir mais de 20 pés. É geralmente uma direita potente, pesada, rápida e tubular, mas rolam esquerdas também. Porém, há de se ter cuidado ao surfar uma esquerda, pois por este lado não tem canal para retornar ao outside e, se em seguida vier uma série grande, prepare-se para realizar um intenso treino de apneia.



Após a ótima manhã de surfe no North Shore, almoçamos e decidimos aproveitar o resto do dia para visitar alguns pontos históricos do Hawaii, no centro de Honolulu.
Como no meio da tarde, o trânsito fica infernal na H2 + H1 e esta rodovia engarrafa bastante até Downtown, escolhemos descer pelo lado leste da ilha. Aproveitamos a passagem e entramos em Turtle Bay para conhecer esta que é a última praia na fronteira leste do North Shore, e onde está instalado o famoso Turtle Bay Resort, o maior complexo hoteleiro do North Shore de Oahu.






Para atravessar a cadeia de montanhas Ko’olau Range e passar da costa leste para o lado de Honolulu, e pegamos a Kahekili Highway, depois a H3 e por fim a Pali Highway. Na H3 vê-se uma das paisagens mais belas de Oahu, com lindas montanhas e inúmeras ravinas. E se tiver chovido nos dias anteriores, é possível ver algumas cachoeiras. Depois do túnel que atravessa a Ko’olau Range, a Pali Hyghway continua e desemboca já próximo ao centro de Honolulu.



O centro de Honolulu (Downtown) é o coração financeiro-comercial da cidade, com muitos prédios modernos. Mas a downtown de Honolulu é mais do que apenas o principal centro de negócios e distrito financeiro do Hawaii. Em torno desta pequena selva de edifícios de escritórios e torres bancárias estão alguns dos importantes e queridos tesouros do Havaí, tudo a uma curta distância um do outro, além de parques e ruas arborizadas e bem cuidadas.



Localizada em downtown, no porto de Honolulu, a Aloha Tower é um símbolo do Hawaii. Criada em Setembro de 1926, este foi o edifício mais alto nas ilhas por quatro décadas e seu relógio foi um dos maiores nos Estados Unidos. Hoje em dia, a Aloha Tower ainda é um porto de ancoragem para navios de cruzeiro em Oahu e mantém-se como um farol de boas-vindas para os visitantes da ilha. No marketplace anexo à Torre, local onde encontram-se diversas lojas e restaurantes, é possível ainda fazer compras, desfrutar de uma vista para o mar durante o almoço, ou ouvir uma música ao vivo durante à noite. Pode-se também subir no mirante, localizado no 10º andar do Aloha Tower, um local perfeito para apreciar belas vistas sobre o porto de um lado e da arquitetura da cidade de Honolulu de outro.





Também em downtown, está o Hawaii State Capitol, palácio-sede do governo do estado do Hawaii, nos Estados Unidos. De seus salões, os poderes Executivo e Legislativo são exercidos.



Encravado no centro de Honolulu encontra-se o Iolani Palace, o único Palácio Real nos Estados Unidos. O Palácio é uma lembrança da herança real das ilhas havaianas. O local foi a residência oficial do Rei Kalakaua e da Rainha Liliuokalani, o último rei e rainha do Hawaii. Construído em 1882 pelo Rei David Kalakaua, o palácio tinha energia elétrica e telefonia, antes mesmo da Casa Branca.
O Rei Kalakaua encontrou inspiração para o design do palácio durante suas viagens à Europa, influência que, de fato observa-se nas suas altas muralhas e em sua presença dominante. No entanto, certas características atestam o fato de que o palácio foi construído em um lugar onde o clima convida ao seu convívio exterior. Passarelas cercam o edifício tanto do primeiro como do segundo andar e varandas oferecem vistas esplêndidas sobre os jardins do palácio.
Em janeiro de 1895, a rainha Liliuokalani, a última monarca reinante do Havaí, foi presa no palácio durante a derrubada de seu governo pelos Estados Unidos. Alguns dizem que ainda hoje se pode ouvir a rainha andando pelo quarto onde ela foi mantida em cativeiro. O palácio, em seguida, serviu como a capital do território quando Hawaii foi anexado aos Estados Unidos, em 1959. Em 1969, teve início uma grande restauração, e hoje o Palácio é um museu que recorda a esta época monárquica do Hawaii.




Em frente ao Palácio da Justiça de Honolulu está a estátua do Rei Kamehameha, o Grande (1756-1819), que talvez seja a maior figura histórica do Havaí. Kamehameha unificou todas as ilhas havaianas sob um governo central e preparou o terreno para o orgulhoso (porém turbulento) período monárquico havaiano. Esta estátua presta homenagem ao rei guerreiro do Havaí.


Outra coisa interessante que nos chamou a atenção é que no Hawaii todos os ônibus possuem um rack na frente para transportar as bikes dos passageiros. Ótima ideia!


Galera, por hora é isso. Em breve estarei disponibilizando um relato sobre os últimos dias no Hawaii.
ALOHA!
Ótimo andrei, bem detalhado!
Enviada do meu iPhone
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