No dia 27, acordei 5 da manhã, tomei um cafezão no hostel, peguei um táxi e me mandei para a estação de trens de Poroy, que fica a cerca de meia-hora aqui de Cuzco. De lá, as 7:40 partiu o nosso trem para Machu Picchu. A viagem de trem até lá tem 4 horas de duração e o trem vai seguindo o curso do rio Urubamba até chegar em Águas Calientes. Os trens são bem confortáveis, e contam com janelões (inclusive no teto), para que os passageiros possam ir apreciando as belas paisagens do Valle Sagrado durante a viagem. Mais ou menos na metade do caminho, ele faz uma parada na estação de Ollantaytambo, que é uma cidade no meio do Valle Sagrado e um importante sítio arqueológico Inca.






















Chegamos em Águas Calientes por volta do meio-dia e na estação de trens já estava me esperando uma pessoa do hostel que eu havia reservado, com uma plaquinha com meu nome.






Aguas Callientes é um povoado que fica ao pé da montanha de Machu Picchu, as margens do rio Urubamba, e serve de base para o visitante das ruínas. É ali que estão os hotéis/pousadas, restaurantes e toda a infra que serve a Machu Picchu. As ruas que beiram a linha do trem e o rio Urubamba são cercadas de lojinhas de souvenirs e lanchonetes. As ruínas de Machu Picchu ficam a 14 Km de Aguas Caliente, cerca de meia-hora de micro-bus ou duas horas de caminhada. Na entrada de Machu Picchu tem apenas um hotel, o Sanctuary Lodge, mas a diária é altíssima (US$ 715,00 a 1165,00).
Após fazer o check-in e deixar as bagagens no hostel, a primeira providência que eu tomei foi ir a bilheteria comprar o boleto de entrada para Machu Picchu. O ingresso custa U$ 48 e vale por 3 dias (mas para apenas uma entrada em um desses dias). A bilheteria fica quase em frente à praça no centrinho de Aguas Caliente. Na rua principal, está a estações dos micro-ônibus que levam até Machu Picchu. Fui até lá e já comprei o ticket (ida-volta) para o próximo dia (U$ 14,00).


Almocei e aproveitei o restante do dia passeando em Águas Calientes. Fui nas águas termais, jantei e dormi bem cedo, cerca das 8 da noite, para no dia seguinte estar bem cedo em Machu Picchu.



















As ruínas abrem para visitação às 6 horas da manhã, e o primeiro micro-bus sai de Aguas Calientes as 5:30 da manhã. Só que para conseguir pegar os primeiros ônibus que partem para Machu Picchu tem que estar antes das cinco na estação de ônibus.
Acordei as 4 da madruga, tomei o café-da-manhã no hostel (em Águas Calientes os hotéis e pousadas começam a servir o café-da-manhã a partir das 4 hrs, para o pessoal que vai subir à Machu Picchu) e cerca de 4:30 da madruga eu já estava na fila para pegar o micro-bus. E já tinha bastante gente por lá! Todo mundo quer chegar cedo em Machu Picchu por dois motivos: primeiro, para ver o nascer do sol lá de cima entre as montanhas e, segundo, porque o acesso a Waynapicchu é limitado a apenas a 400 pessoas por dia (duas turmas de 200, uma às 8 hrs e outra às 10 hrs), então tem que chegar cedo para pegar o carimbo para conseguir subir lá. Waynapicchu é a montanha icônica das fotos de Machu Picchu e proporciona a mais bela vista das ruínas.


Os ônibus partem de 5 em 5 minutos, e antes das 6 eu já estava na entrada de Machu Picchu. A estrada até lá é bem sinuosa e chega a dar medo, pois as vezes o ônibus precisa fazer as curvas bem próximo do precipício. Peguei o selo para subir em Waynapicchu na turma das 10hrs e entrei nas ruínas assim que abriu o parque. Como geralmente acontece neste horário, estava tudo coberto pela nebulosidade. E o grande barato é esse, ver Machu Picchu aparecendo aos poucos, com o subir da neblina.





Eu preferi não pegar nenhum guia em Machu Picchu. Segui as dicas de alguns blogueiros na internet, que recomendavam ir “encostando” de tempos em tempos em algum grupo com guia e ficar escutando as histórias, instruções e dicas um pouco de cada um. Além da economia, se pega um pouco do ponto de vista de cada um. Já na entrada do parque eu segui um grupo de australianos que o guia estava levando até a “Casa Del Guardian”, que é o melhor local para ver as ruínas a partir do desaparecimento da nevoa e o nascer do sol. A “Casa Del Guardian” esta localizada na parte mais alta da cidade de Machu Picchu, sobre o setor agrícola. Sua finalidade era controlar o ingresso a cidade Inca e supervisar toda a zona agrícola e urbana. Desde este lugar estratégico se pode apreciar a vista panorâmica de toda a cidade e a entrada do caminho inca.
Foi um espetáculo! Aos poucos a névoa vai subindo e começa a desvendar toda a ruína inca que está ali logo abaixo!








Machu Picchu é a mais velha conhecida ruína inca, porém pouco se sabe de sua história. Nada é mencionado nas crônicas dos conquistadores espanhóis. O sítio foi descoberto pelo historiador americano Hiram Bringman em 24 de julho de 1911 e diferia muito do que encontramos hoje, pois estava coberto pela floresta. Historiadores creem que Machu Picchu foi um grande centro de estudos do Império Inca, onde se ensinava Astronomia, Agronomia, Medicina e Arquitetura. Por isso, é considerada a primeira Universidade das Américas.
Após curtir a vista de Machu Pichu desde a parte mais alta, comecei a descer para percorrer as diferentes zonas das ruínas, as vezes sozinho, outras “encostado” em algum grupo para escutar as dicas dos guias. A área edificada em Machu Picchu é de 530 metros de comprimento por 200 de largura e inclui ao menos 172 recintos. O complexo está dividido em duas grandes zonas: a zona agrícola, formada por conjuntos de terraços de cultivo, que se encontra ao sul; e a zona urbana, que é aquela onde viveram seus ocupantes e onde se desenvolviam as principais atividades civis e religiosas. As duas zonas estão separadas por um muro, um fosso e uma escadaria, elementos que correm paralelos pela face leste da montanha.
– Zona agrícola
Os terraços de cultivo de Machu Picchu aparecem como grandes escadarias construídas sobre a ladeira. São estruturas formadas por um muro de pedra e preenchidas com diferentes capas de material (pedras grandes, pedras menores, cascalho, argila e terra de cultivo) que facilitam a drenagem, evitando que a água crie poças (leve-se em conta a grande pluviosidade da região) e desmorone sua estrutura.
– Zona urbana
Um muro de cerca de 400 metros de comprimento divide a cidade da área agrícola. Paralelo ao muro corre um fosso usado como principal drenagem da cidade. No alto do muro está a porta de entrada Machu Picchu. A zona urbana está dividida em “setor hanan” (alto) e “setor hurin” (baixo) conforme a tradicional bipartição da sociedade e da hierarquia andina. O eixo físico dessa divisão é um pátio retangular e comprido, construída sobre terraços em diferentes níveis, de acordo com o declive da montanha e onde fica a praça principal.
– Zona sagrada
É chamado assim o conjunto de construções dispostas em torno do pátio retangular. As evidências indicam que o lugar estava destinado a diferentes rituais. Inclui dois dos melhores edifícios de Machu Picchu, que estão formados por grandes rochas trabalhadas: O “Templo de las 3 ventanas”, cujos muros de grandes blocos poligonais foram montados como um quebra-cabeças, e o “Templo Principal”, de blocos mais regulares, que se crê que foi o principal recinto cerimonial da cidade. Nesta zona, no alto da colina, encontra-se a pedra Intihuatana, que significa “lugar onde se amarra o Sol”, era usado como um relógio solar para marcar as estações do ano.






























































Fiz duas vezes o percurso por todos os setores das ruínas e então fui até a entrada da trilha de Waynapicchu para iniciar a subida. Na entrada, tem que assinar um termo de compromisso, pois a subida é árdua e sem muita segurança. A trilha é relativamente difícil e exige um bom preparo físico. Leva-se cerca de uma hora para subir até o topo. Lá em cima, além da vista fantástica, tem uma série de ruínas também.




























Depois de apreciar o visual lá de cima e descansar, iniciei a descida, que é quase tão demorada e penosa quanto a subida. Uma dica a quem for visitar as ruínas: tem que levar junto água e algum alimento, pois o restaurante do parque é bem caro e não há mais nenhum lugar onde comprar qualquer coisa por lá. Outra informação útil: cedo pela manhã é bem frio e depois vai esquentando durante o dia. Leve roupas que dê para ir tirando, a medida que a temperatura sobe.
A esta altura, já eram duas da tarde, eu já estava a 6 horas percorrendo Machu Picchu. Hora de voltar para Aguas Calientes, pois retornaria para Cuzco ainda no final desta tarde, com o trem das 17 horas.
Peguei o micro-bus e desci para Aguas Calientes. Tomei um banho no hostel, almocei e me mandei para a estação de trens para regressar a Cuzco. Chegamos na estação de Poroy por volta das 21 hrs e levei mais uma meia-hora ainda até Cuzco. Vim para cá com uma Van que compartilhei com uns gringos. Apenas jantei e já caí no berço, pois estava mortinho.

Hoje, após o almoço vou voar de volta à Lima e do aeroporto de lá, passo no hostel que eu estava hospedado em Miraflores para pegar meu pack de pranchas e já vou direto para Punta Hermosa, onde ficarei surfando até o final da trip.
Envio mais notícias de lá !
Aquele abraço !

Muito bom seu blog, excelentes dicas amei
Primeiramente parabenizo pelo trabalho que fiz em ajudar aos brasileiros que desejem conhecer Machu Picchu, quem escreve é um amante da cultura brasileira e graças a deus já teve a sorte de morar no Brasil por um bom tempo, agora voltei ao Peru – Cusco para mostrar a todos os brasileiros que desejem conhecer a terra dos incas.
Se alguém deseja algumas dicas e recomendações pra a sua viagem, será tudo um prazer ajuda-los em realizar o sonho de conhecer Machu Picchu Cusco, Lima, Lago titicaca, Arequipa, Nazca, Paracas, Puno, Trujillo e outros destinos que ainda não foram explorados pelo brasileiros.
http://machupicchupacotes.com.br/